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A proliferação do cartaz do festival no comércio de Cannes (e nas montras, em particular) constitui uma espécie de assinatura urbana e simbólica. De facto, os doze dias do certame sugam a identidade do lugar, marcando todas as suas rotinas, trabalhos e expectativas. Em Berlim, mesmo na sua imensidão, o festival é apenas um evento de uma metrópole que sentimos sempre a viver outra história; em Veneza, confinado no Lido, o cinema existe como um detalhe que confirma o primitivismo mágico de tudo o resto; em Cannes, tudo e todos vivem para o festival — é uma ocupação cinéfila, comercial e mitológica.