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Que sedução se elabora na troca de olhares da actriz (Emmanuelle Seigner) e do encenador (Mathieu Amalric)? Até que ponto o artifício teatral se reconfigura como a verdade do cinema? O novo filme de Roman Polanski, La Vénus à la Fourrure, lida com tais interrogações a partir de uma inspiração deliciosamente dúplice: a peça de David Ives que coloca em cena essa dupla assombrada pela obra homónima de Leopold von Sacher-Masoch, já que, para eles, se trata de encenar uma peça inspirada em... Sacher-Masoch. Infinito jogo de espelhos com o qual Polanski concebe um fulgurante objecto de cinema, desses cuja desarmante simplicidade (um cenário, dois actores) parece simples. Dito de outro modo: é um dos filmes maiores de Cannes/2013.