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Já não há personagens assim... Não, não é nostalgia. Onde está o super-herói que se cole à pele de um actor, a ponto de entre personagem e intérprete mais não existir do que um ténue fio simbólico a separar a "vida" e o "cinema"? Agora, quando o Homem-Aranha muda da actor, o que se passa é pouco mais (ou pouco menos) que uma mudança de guarda-roupa. Cleópatra não: a rainha do Egipto era Elizabeth Taylor, não apenas pelo artifício de ser, mas porque, na idealização mitológica do cinema, Taylor tinha perfil, et pour cause..., para poder reinar sobre qualquer reino real ou imaginário. Cleópatra, de Joseph L. Mankiewicz, perfaz este ano meio século de existência e a sua cópia restaurada é a pérola mais preciosa da edição de 'Cannes Classics'.