"A China está próxima", dizia Marco Bellochio no título de um belo filme de 1967, espelhando as convulsões intelectuais e emocionais de uma geração seduzida pelos ventos que sopravam do Oriente mais longínquo...
Agora, em tempos de bizarras aproximações entre a utopia "proletária" e o mais agressivo capitalismo, voltamos a olhar para a China com a sedução de sempre, e também com uma perplexidade que não é estranha a um temor mais ou menos racional. Para não deixar morrer a reflexão sobre tão persistente proximidade, são muitas as notícias, análises e estudos com que vamos deparando. Este fim de semana, "Le Mag", suplemento do Libération, conta a história trágica de um jovem da Guarda Vermelha maoísta que, durante a Revolução Cultural, denunciou e mandou executar a sua mãe — ou como o acerto de contas com a memória pode ser infinitamente doloroso. No plano iconográfico, uma fabulosa capa.