Foi o primeiro homem a pisar a Lua: o astronauta Neil Armstrong faleceu no dia 25 de Agosto, num hospital de Columbus, Ohio, na sequência de complicações surgidas após uma intervenção cirúrgica ao coração — completara 82 anos a 5 de Agosto.
No dia 20 de Julho de 1969, a missão Apollo 11 aterrou na superfície lunar, transportando dois homens: Neil Armstrong e Buzz Aldrin. Armstrong foi o primeiro a sair do módulo lunar, proferindo as lendárias palavras que entraram para a história: "Um pequeno passo para o homem, uma grande salto para a humanidade". A 18 de Novembro de 2010, Armstrong teve a sua derradeira intervenção pública na Cimeira de Ciência e Tecnologia (Haia, Holanda), considerando que, se assim o quisessem, estaria disponível para comandar uma missão ao planeta Marte
>>> Neil Armstrong no site da NASA.
>>> Os 12 homens que pisaram a Lua — artigo de The Guardian.
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As primeiras imagens de Neil Armstrong e Buzz Aldrin na superfície lunar surgiram poucos meses passados sobre a estreia de 2001: Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick. Mas não creio que, no imaginário da época, tenhamos vivido, os novos e os velhos, o filme como uma “antecipação”, ou as imagens televisivas como uma “confirmação” [2 videos — 2001: a descoberta do monolito negro na Lua; NASA: o desembarque na Lua].
Em boa verdade, o cinema existia ainda como um continente autónomo – quero eu dizer: conservando uma especificidade não dependente de modelos televisivos ou condicionada pelas suas formas de propaganda. E o directo em televisão, para lá do enquadramento ideológico do próprio espaço televisivo, era encarado como uma via disponível de conhecimento, não um altar quotidiano do “entretenimento”.
Por isso, quando nos dispusemos a “perder” a noite (de 20 para 21 de Julho de 1969), era uma coisa nunca vista que aguardávamos – e foi uma coisa nunca vista aquilo que recebemos. Podemos dizer que as imagens de Armstrong e Aldrin na Lua são difusas, marcadas por muitos sobressaltos técnicos (também no som). Assim é, sem dúvida. Mas o que estávamos a contemplar não era nenhuma celebração unilateral da tecnologia. Apenas a certeza de que a história humana continuava num outro cenário. Nesse dia (aqui deste lado da Europa: nessa noite), sentimos que mudavam todas as nossas coordenadas espaciais, históricas e culturais – mesmo que ainda não soubéssemos dizê-lo e apenas pudéssemos, heroicamente, resistir ao sono.