domingo, julho 08, 2012

Três retratos de um festival

Noite de grandes concertos no SBSR... Parece que escolhi bem o dia... St Vincent é nome não perder nunca se passar num palco perto de nós. Vi pouco da sua atuação que, trabalho oblige, me obrigou a ficar mais perto do palco principal (e a enviar texto a tempo e horas para o jornal). The Shins competentes, mas a saber a prato de dieta depois do festim gourmet que foi a atuação de Peter Gabriel. Este, magnífico, na abordagem orquestral às suas canções e mais algumas versões. Mas o melhor do dia ficou mesmo por conta de Perfume Genius. Vamos por partes:...

Perfume Genius
Há momentos em que o pouco faz muito. E o que Perfume Genius nos mostrou no concerto que abriu o último dia de atuações no palco secundário foi perfeita expressão desta mesma ideia, o momento, a tamanha intensidade de tanto que brota de quase nada, criando um dos mais belos momentos de palco que vi nos últimos tempos. A evidente fragilidade intimista das suas canções, levada ao palco por Mike Hadreas, apenas acompanhado por um teclista e um baterista, às teclas ocasionalmente juntando-se uma guitarra acústica, foi acolhida por um plácido fim de tarde, o marulhar das folhas por detrás do palco cruzando os silêncios entre canções delicadas, suaves nas formas, vibrantes na forma profunda de expressar uma voz e uma personalidade. (...)

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Peter Gabriel
A ideia podia parecer o maior erro de 'casting' num festival com as características do Super Bock Super Rock atual. Mas afinal resultou em pleno e o concerto de Peter Gabriel, acompanhado pela imponente New Blood Orchestra, foi mesmo um dos maiores momentos desta edição do festival. Não só pela afluência de um público maioritariamente mais velho que acorreu ao Meco para o ver. Como pela proposta de reinvenção orquestral das suas canções que, depois dos discos (Stratch My Back, do ano 2010 e New Blood, de 2011) e de três anos na estrada, conheceu aqui o seu ponto final com o próprio Peter Gabriel a fazer questão de agradecer aos músicos e toda a sua equipa técnica a dedicação e talento que entregaram a este projeto. (...)

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The Shins
Há bandas cuja música é inegavelmente interessante, com discografia mais que recomendável mas que fazem da experiência de palco pouco mais que a partilha desses momentos com a plateia à sua frente. Nada de errado em tudo isto, naturalmente. Mas depois da esmagadora atuação de Peter Gabriel, que transportou a maior multidão que esta edição do Super Bock Super Rock congregou para uma outra dimensão musical, visual (e podemos dizer também política), a atuação muito competente e instrumentalmente inatacável dos norte-americanos The Shins parecia um prato de saudável, mas nutritiva, dieta servido depois de um festim de sabores gourmet. (...)

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