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Saber da morte de alguém que pertence à nossa geração e com quem trabalhámos, durante anos (neste caso, estive no jornal Expresso juntamente com o Miguel), envolve sempre um malfadado narcisismo — contemplamos algo que morre também dentro de nós, deixando a memória fria das cinzas do tempo. Num momento destes em que nenhuma palavra é redentora, quero lembrar a capacidade do Miguel lidar com o contraponto, por vezes contraditório, das ideias dos outros: era um homem de convicções que sabia o valor das convicções dos outros. E isso faz-nos sempre falta. Incluindo o humor.
>>> Obituário no Público.