quarta-feira, novembro 30, 2011

Novas edições:
Lady Gaga, Born This Way - The Remix


Lady Gaga 
“Born This Way – The Remix” 
Universal 
3 / 5 

Não é propriamente uma novidade. Já em fim de ciclo The Fame/The Fame Monster uma colecção de remisturas de temas dessa etapa foi arrumada num único disco. A selecção de originais era bem mais interessante que a de transformações e, salvo junto dos mais próximos admiradores de Lady Gaga, esse primeiro álbum de remisturas não deverá ter marcado muitos pontos... Curioso como, pouco mais de um ano depois, a coisa corre algo ao contrário num novo disco de remisturas onde encontramos nomes como os de Twin Shadow, Hurts, Goldfrapp, The Horrors ou Metronomy. Born This Way não repetiu o patamar dos dois discos anteriores, apesar de revelar alguns momentos de inspiração que certamente acabarão na lista de um futuro best of da cantora norte-americana. Contudo, e mesmo espelhando o carácter irregular que sempre mora em colecções de remisturas nas mãos de vários artistas diferentes, a série de novos olhares sobre as canções de Born This Way juntam alguns momentos verdadeiramente surpreendentes, que mostram como, por vezes, um rearranjo de elementos acaba por revelar outra canção onde a original não chegara... Na verdade as duas melhores remisturas que encontramos em Born This Way – The Remix correspondem até a dois dos episódios mais suculentos do álbum. Bloody Mary (com travo Madonna no original) é reinventado em cativante ambiente denso e tenso pelos The Horrors. O tema-título, por sua vez, conhece nova dinâmica mais clássica, de travo new wave, com Twin Shadow, sob insistente linha de baixo naquele que é o grande “caso” deste disco. Judas, talvez o melhor momento pop de Born This Way, veste agora a pompa épica que é imagem de marca dos Hurts. Já os Wild Beasts resolvem, de modo espantoso (e mais convincente que os Metronomy, que se debruçam sobre o mesmo tema) o menos inspirado You and I na forma de uma viagem texturalmente bem elaborada entre ecos da canção original. Os Two Door Cinema Club aplicam um olhar à la Kitsuné a Electric Chapel. Depois há uns instantes menores, como a dispensável versão a travão dos Goldfrapp para Judas... E não faltam as inevitáveis propostas para pista de dança mais acelerada onde nem sempre moram as melhores ideias. Em suma, há aqui episódios que poderão até cruzar atenções entre admiradores da cantora e os seguidores das obras daqueles que convidou a remisturar as suas canções. E, se deixarem o preconceito de lado, haverá surpresas.