sábado, outubro 15, 2011

Mês Tintin / Spielberg (14):
A música, segundo John Williams


Há pares quase impossíveis de dissociar quando se pensa na música que serve o cinema de certos realizadores. Apesar de pontualmente terem acontecido situações que não os juntaram, raros foram os filmes de Tim Burton sem a música de Danny Elfman e poucas as ausências de Angelo Badalamenti junto do cinema de David Lynch. Steven Spielberg só por duas vezes não contou com a colaboração de John Williams na hora de criar a música para os seus filmes. E, uma vez mais, voltamos a encontra-los na adaptação ao grande ecrã das aventuras de Tintin, que estreia entre nós no próximo dia 27, o disco com a respectiva banda sonora tendo lançamento internacional apontado a dia 21.

Nascido em 1932, John Williams venceu já cinco óscares (das 45 nomeações que recebeu) e soma uma impressionante mão cheia de Grammys, Globos de Ouro e outras distinções. São suas as bandas sonoras para a saga Star Wars, o Super Homem (de 1978), os primeiros Harry Potter... Mas é da sua longa e frutuosa associação a Steven Spielberg que nasceram os momentos mais célebres da sua obra para cinema.

John Williams tinha já considerável experiência no cinema quando se estreou em parcerias com Steven Spielberg em Sugarland Express (1974), conquistando o reconhecimento global pouco depois com Tubarão. Antigo aluno da Juliard School of Music, John Williams deu primeiros passos como pianista de jazz, colaborou em diversas gravações para cinema ao lado de Henry Mancini e estreou-se em nome próprio em finais dos anos 50 com Daddy-O. Nos anos 60 assina, entre outras, as bandas sonoras de Valley of The Dolls ou Goodbye Mr Chips. Nos setentas é sua a música para filmes como A Aventura do Poseidon, Images e os “casos” maiores que chegam com Star Wars (1977), Superman (1978) e as primeiras colaborações com Spielberg. Nos oitentas, além dos trabalhos com Spielberg e com as sagas Star Wars e Superman assina a música de Nascido a 4 de Julho e The River. Nos anos 90 colabora em filmes como JFK e Nixon, de Oliver Stone ou Angela’s Ashes, de Alan Parker. Já depois do ano 2000 surge em títulos como Memórias de Uma Gueixa e retoma a saga Star Wars. Para lá do cinema John Williams tem assinado trabalhos para televisão e é autor de uma obra considerável para salas de concerto. Tem também composto música para ocasiões comemorativas, como foi o caso da música oficial das olimpíadas de 1984, que tiveram lugar em Los Angeles.


Três das capas de bandas sonoras de John Williams para o cinema de Steven Spielberg começando com O Tubarão (de 1975), seguindo-se os Encontros Imediatos de Terceiro Grau (1977) e E.T. – O Extraterrestre (1982).