quarta-feira, setembro 07, 2011

Discos pe(r)didos:
Lene Lovich, Flex


Iniciamos hoje um novo espaço no Sound + Vision que, com alguma regularidade, vai tentar recordar discos que muitas vezes acabam secundarizados (ou mesmo esquecidos) na hora de contar as histórias da música gravada...

Lene Lovich 
“Flex” 
Stiff Records 
(1980) 

Lene Lovich é um nome que hoje parece apagado da memória. Foi contudo uma força central no movimento new wave, entre finais dos setentas e inícios dos oitentas, e uma reconhecida activista pelos direitos dos animais. Nascida em Detroit em 1948, filha de mãe inglesa e pai sérvio, Lene Lovich (de nome real Lili Marlene Premilovich) cresceu no Reino Unido, onde fez formação passando por várias escolas de arte. Nos anos 70 gravou gritos para filmes de terror e compôs um tema para Cerrone (estrela do disco) antes de se ver desafiada a gravar música em nome próprio. Conqusitou sucesso imediato ao primeiro single – Lucky Number, em 1979 – ao qual fez seguir o álbum Stateless.
Flex, o álbum que hoje recordamos, foi o seu segundo disco de originais. Lançado em 1980 pela Stiff Records (que tinha na cantora um dos seus nomes de proa), o disco afina as ideias experimentadas em Stateless e atinge a definição da linguagem procurada pela cantora. Uma pop viva e intensa, onde as guitarras e ocasionais teclas convivem com a presença de um saxofone, com protagonismo maior inequivocamente por conta da sua voz. A sua extensa amplitude vocal, assim como uma ideia de canção que cruza uma certa simplicidade melódica com uma teatralidade intensa nas formas finais, caracterizam um disco que destaca canções como Bird Song, Angels ou uma versão de The Night, de Frank Valli. Apesar de todos os condimentos certos, o disco passou ao lado das atenções e não repetiu o sucesso do anterior.

Imagens de Angels, teledisco para um dos singles extraídos de Flex.