terça-feira, novembro 23, 2010

Em conversa: Twin Shadow (1)


Iniciamos hoje a publicação de uma entrevista com Twin Shadow que serviu de base ao artigo ‘Com casa em Brooklyn mas a olhar o mundo’ publicado na edição de 13 de Novembro do DN Gente.

A sua vida já correu mundo… Ajude-nos a fazer esse mapa.
Nasci na capital da República Dominicana. Mudei-me depois para a Florida quando tinha uns três anos. Para Miami… Que era uma cidade violenta, que é o que se conhece dos filmes. Mudámo-nos depois em busca de um lugar mais pacífico… E vivemos numa ilha por uns tempos… Cresci nessa pequena ilha. Ia à escola fora da ilha, mas deixei a escola ao fim de um ano. Afastei-me. Não vivia em casa, mas com amigos, depois com uma namorada. E a dada altura fartei-me de estar ali. Comecei a interessar-me pela música quando tinha 16 anos. Fui para Boston, onde entrei numa banda punk, por uns dois anos e meio. E perdi depois o interesse na música. Sentia que não me estava a satisfazer. Mudei-me novamente para Nova Iorque. Andei em digressão com uma banda. Mas tocava apenas baixo e não escrevia as canções. Senti então que tinha de me afastar outra vez… Ofereceram-me um emprego em Copenhaga a fazer e tocar música para uma companhia de teatro. E não sabia o que fazer… E fui. Foi aí que começou a minha relação com uma rapariga e com a Europa. Andando de um lado para o outro…

A música entra na sua vida na etapa em que vive na ilha…
E pela igreja. Cantei num coro de igreja… Foi aí que fiz muita da minha formação. Foi aí que pude cantar pela primeira vez. O director musical dava-me sempre solos para cantar… Tinha oportunidades. Foi aí que descobri que podia abrir a boca e cantar bem alto…

E levou muito tempo a encontrar o seu lugar, a sua identidade na música, que agora expressa em Forget, o seu álbum de estreia?
Sinto que venho de vários lugares na vida. E com a música acontece um pouco o mesmo. Não me preocupei em fazer um disco que tivesse um som que fosse diferente. Mas sinto que encontrei um modo de fazer tudo o que gosto de fazer…

É um disco urbano…
Sim, já me disseram isso… Queria pensar no disco como um disco pop. Os discos pop foram sempre muito cheios de diversidade. Se ouvirmos um disco dos Queen, como os que editaram no início dos anos 80, há lá de tudo… De disco a metal… São discos hoje considerados como clássicos. E é bom que um disco tenha elementos diferentes dessa maneira.
(continua)