
Easy Rider (1969), na dupla qualidade de actor e realizador, é o título que condensa a sua herança. Escrito por Hopper e Peter Fonda, também protagonista, o filme relançou um espírito on the road, ao mesmo tempo resumindo o estado de espírito de uma América que já não conseguia acreditar nos seus heróis clássicos. Os melhores e mais emblemáticos papéis de Hopper seriam, alíás, de personagens instáveis, mais ou menos erráticas, por assim dizer ameaçadas pelo carácter paradoxal da sua própria energia — lembremos O Amigo Americano (1977), de Wim Wenders, Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola, e Blue Velvet (1986), de David Lynch. A sua condição de actor "difícil", nem sempre muito estimado pelos estúdios de Hollywood, levou-o a outros domínios de expressão, em particular a fotografia que praticou, com talento, desde meados dos anos 60. Out of the Blue (1980), retrato dramático de uma jovem perdida na sua teia familiar, será o melhor de Hopper enquanto realizador. A série televisiva Crash (2008-09) foi um dos seus derradeiros trabalhos como actor.

REBEL WITHOUT A CAUSE / Fúria de Viver (1955)