Para Sam Mendes, cineasta oscarizado com Beleza Americana, os actores continuam a ser uma matéria fundamental: Um Lugar para Viver (Away We Go), retrato íntimo e divertido de um jovem casal que prepara a chegada do primeiro filho, é um projecto de pequeno orçamento que confirma as suas opções temáticas e estéticas — esta é a primeira parte de uma entrevista publicada no Diário de Notícias (31 de Março), com o título 'Os pequenos filmes são cada vez mais difíceis de fazer'.
Que factores o levaram a decidir filmar o argumento escrito por Dave Eggers e Vendela Vida?
Escreveram-no quando estavam à espera do primeiro filho e interessou-me a revelação desse momento em que já não é possível continuarmos a ser egoístas e compreendemos que precisamos de ser adultos: é um misto de excitação, ansiedade e medo.
Nesse sentido, é também a história do desenvolvimento de um casal?
Porque o par é tratado como se fosse uma personagem. Partem numa viagem que envolve uma interrogação sobre o que vai ser o resto das suas vidas. E isso interessou-me muito: o facto de haver entre eles uma invulgar ausência de conflito.
Não é, por isso, uma história convencional, com um clímax atrás de outro...
O maior desafio era, precisamente, manter a fluência da história porque, de facto, não acontecem muitas coisas: eles vão viajando, de lugar em lugar. Era preciso preservar isso sem que o espectador se apercebesse [riso].
O tempo de preparação com os actores foi muito longo?
Sim, até porque senti que era muito importante começar os ensaios com alguma antecedência. Reuni John Krasinski e Maya Rudolph durante uma semana, cerca de dois meses antes da rodagem: queria que se conhecessem e ficassem amigos. Para mim, era importante vê-los interagir no mesmo espaço. A estratégia consistiu em entregar-lhes o argumento e fazê-los representar, não apenas os seus papéis, mas todas as personagens. Quis dar-lhes a sensação de que estavam implicados em todo o processo e que, em última instância, o controlo era deles.
Que factores o levaram a decidir filmar o argumento escrito por Dave Eggers e Vendela Vida?
Escreveram-no quando estavam à espera do primeiro filho e interessou-me a revelação desse momento em que já não é possível continuarmos a ser egoístas e compreendemos que precisamos de ser adultos: é um misto de excitação, ansiedade e medo.
Nesse sentido, é também a história do desenvolvimento de um casal?
Porque o par é tratado como se fosse uma personagem. Partem numa viagem que envolve uma interrogação sobre o que vai ser o resto das suas vidas. E isso interessou-me muito: o facto de haver entre eles uma invulgar ausência de conflito.
Não é, por isso, uma história convencional, com um clímax atrás de outro...
O maior desafio era, precisamente, manter a fluência da história porque, de facto, não acontecem muitas coisas: eles vão viajando, de lugar em lugar. Era preciso preservar isso sem que o espectador se apercebesse [riso].
O tempo de preparação com os actores foi muito longo?
Sim, até porque senti que era muito importante começar os ensaios com alguma antecedência. Reuni John Krasinski e Maya Rudolph durante uma semana, cerca de dois meses antes da rodagem: queria que se conhecessem e ficassem amigos. Para mim, era importante vê-los interagir no mesmo espaço. A estratégia consistiu em entregar-lhes o argumento e fazê-los representar, não apenas os seus papéis, mas todas as personagens. Quis dar-lhes a sensação de que estavam implicados em todo o processo e que, em última instância, o controlo era deles.