A audiência televisiva da noite dos Oscars cresceu em relação ao ano passado, passando de 36,3 milhões de espectadores para 39,2. Sem ser espectacular, é um aumento significativo que parece cumprir um dos objectivos principais da Academia de Hollywood: uma presença forte, comercialmente decisiva, nos pequenos ecrãs.O aumento do número de títulos nomeados (dez) para melhor filme terá sido um factor decisivo, tanto mais que permitiu incluir alguns dos grandes sucessos de bilheiteira do ano: Avatar, claro, mas também Up/Altamente e The Blind Side — todos estavam nas nomeações e todos receberam, no mínimo, uma estatueta.
Em todo o caso, esta parece ter sido uma cerimónia conceptualmente de transição — por um lado, através da fórmula de apresentação por uma dupla, Steve Martin e Alec Baldwin [foto], simples e eficaz, mas de problemática reedição; por outro lado, através de experiências como a supressão das canções nomeadas e a criação de um quadro de dança (aliás notável) convocando todos os temas candidatos ao Oscar de melhor música. Entretanto, mal ou bem, a aposta em encurtar a duração total do espectáculo não teve efeitos práticos, já que passaram mais de três horas entre a entrada de Neil Patrick Harris e a estatueta final para Estado de Guerra.