sábado, janeiro 09, 2010

Uma primeira obra sinfónica

Iniciamos hoje a publicação de uma série de olhares sobre a obra gravada de John Adams, um dos mais importantes compositores do nosso tempo, com carreira pública desde início dos anos 70.

E começamos com Harmonium, a primeira obra sinfónica que compôs, sob pedido da San Francisco Orchestra em inícios dos anos 80, estreada em 1981 sob direcção de Edo de Waart, que recentemente havia assumido o cargo de maestro residente da orquestra. Coube a esta orquestra e ao maestro a primeira gravação de Harmonium, editada pouco depois pela ECM (capa da edição original ao lado).
Obra sinfónica coral, usa dois poemas de Emily Dickinson e um de John Donne e representou, segundo o próprio compositor afirmaria mais tarde, o seu primeiro exemplo “maduro” de uma obra resultante da sua exposição ao minimalismo.
Apesar de, como reconhece na sua auto-biografia Hallelujah Juncion, ter notado, na estreia de Harmonium, que a obra “estava cheia de dificuldades nada razoáveis”, resultado “talvez” da sua “inexperiência na escrita para coro”, a verdade é que com o tempo esta acabou transformada numa das suas obras de referência, contando já com diversas gravações em disco. Além da gravação original, na ECM, foram editadas duas outras leituras, uma pela Atlantic Symphony Orchestra, dirigida por Robert Shaw (Telarc, 2007), a outra, sob direcção do próprio compositor, novamente com a San Francisco Orchestra em disco editado em 2005 no catálogo da Naxos.



Imagens de um excerto de Harmonium, em interpretação pela Brirmingham Simphony Orchestra, dirigida por Simon Rattle (que gravou um disco com obras de John Adams onde esta, contudo, não foi incluída).