quinta-feira, dezembro 31, 2009

Os concertos do ano

Foto: Marco Leal

Foram poucos os concertos que vi em 2009. Mas os poucos foram, invariavelmente, bons. Aquí ficam cinco momentos que ficaram na história deste ano em palco.

Gustavo Dudamel / Orq. Juvenil Ibero Americana
(Auditório Fundação Gulbenkian)
A estreia pública de mais uma orquestra inspirada no ‘el sistema’ venezuelano (e que na verdade conta com varios elementos da Simón Bolivar) foi “o” acontecimento em palco do ano! O entusiasmo dos músicos (e do maestro Dudamel) criou imediata empatía com uma plateia que, ao intervalo, já os aplaudía como se fosse fim de uma noite de triunfo. No final do concerto, entre os encores, a plateia até dançou!

Whale Watching Tour
(Teatro Maria Matos)
Nico Muhly e restantes figuras-chave da Bedroom Comunity trouxeram a Lisboa uma digressão que, como poucas, sublinha o tom da música do momento. Uma música que existe acima dos géneros, que cruza referências, desde as que chegam de escola clásica à folk, com as electrónicas pelo caminho… Que regressem tão breve quanto possível.

Ciclo Stockhausen
(Auditório Fundação Gulbenkian)
Foram três tardes consecutivas, com filmes e concertos. O cinema a recordar episódios de diversas etapas da vida e obra de Karhleinz Stockhausen. Os concertos a visitar seis partes do ciclo Klang (entre elas, uma em estreia mundial). Uma rara oportunidade para ouvir música do século XXI ao vivo num palco português.

Valery Gergiev / Orq. Teatro Marinsky de São Petesburgo
(Coliseu dos Recreios)
Uma das grandes orquestras russas do nosso tempo e um dos maestros mais aclamados da actualidade num programa de excepção que nos transportaram para compositores e peças que ajudaram a inventar a música do século XX. Debussy e Stravinsky numa noite de grande nível.

Três Cantos
(Campo Pequeno)
O encontro em palco de Sérgio Godinho, José Mário Branco e Fausto Bordalo Dias resultou numa série de noites de comunhão de experiências, visitando obras que marcaram os últimos 40 anos da música portuguesa. Não faltaram os “clássicos”. Mas ficou claro que o presente ainda é quem marca a agenda de cada um dos três cantautores em palco.