Continuamos o ontem iniciado percurso através dos álbuns dos Kraftwerk que agora são reeditados com som remasterizado. Ordenados cronologicamente, passamos hoje por Radio-Activity, de 1975.
Um ano depois dos sinais de mudança revelados em Autobahn, os Kraftwerk davam novo importante passo na direcção de uma cada vez mais profunda relação com os espaços da música pop. O sucessor de Autobahn retoma a lógica conceptual do disco anterior, tomando como temática central um jogo de palavras e sentidos entre a noção de radioactividade e de rádio-actividade (esta como actividade da rádio). O muito subtil humor central a toda a identidade do grupo é aqui um elemento central nos jogos de sentidos, sobretudo na canção-título que reflecte preocupações de um tempo em que as questões da energia nuclear estavam na ordem do dia. Geiger Counter ou Uranium vincam esse mesmo sentido… Por outro lado, a exploração da rádio como meio e ferramenta tecnológica é palco para uma série de outras composições, como Antenna ou Transmission. Radio-Activity foi o primeiro álbum integralmente gravado e produzido pelo grupo no seu Kling Klang Studio, Foi também o primeiro disco a ser tocado pela formação “clássica” que então juntou aos fundadores Ralf Hutter e Florian Schneider os músicos Karl Bartos e Wolfgang Flur. Tecnologicamente o disco reflecte a entrada em cena de um novo instrumento, o Vako Orchestron, recentemente colocado no mercado e adquirido pelo grupo durante a digressão americana que se seguira a Autobahn, Empresarialmente este disco assinala uma nova etapa, com o grupo a deter, através da sua própria etiqueta, os direitos sobre os seus discos, negociando um novo acordo de distribuição através da EMI.