sexta-feira, julho 31, 2009

Um concerto de se lhe tirar o chapéu

Começou por tirar o chapéu, educadamente cumprimentando uma casa cheia que o aplaudia em pé. O gesto, de resto, acompanhado por um sorriso de satisfação e reconhecimento, repetiu-se várias vezes ao longo da noite. Um ano depois de ter passado pela região de Lisboa (numa mesma noite em que Lou Reed subia ao palco do Campo Pequeno para nos mostrar Berlin), Leonard Cohen levou ainda mais almas a um Pavilhão Atlântico à pinha para o ver, aplaudir, render-se a canções com palavras que contam histórias. Plateia que, de vez em quando, fez questão de mostrar novo exemplo de uma velha “tradição” local, batendo palminhas fora do compasso… Com intervalo pelo meio (que imediatamente transformou em casa com ar de saldos o foyer onde são bem mais os espíritos famintos que os bares com capacidade de responder a tempo e horas as todos os estômagos), foram três horas de música magnífica. Os instrumentistas podiam ter optado por uma postura mais zen em alguns solos e floreados, mas o mestre respondia aos "excessos” de notas com vénias de agradecimento… Talvez esta tenha sido a derradeira oportunidade de o ver num palco perto de nós… E foi de facto inesquecível!



Imagens de Suzanne, numa gravação ao vivo em Londres durante a presente digressão mundial de Leonard Cohen.