>>> Alguém que mais tarde dirá eu entrou no mundo humano no sábado 28 de Novembro de 1936, ao meio-dia, nos arredores mais próximos de Bordéus, perto do caminho para Espanha. Não tenho nenhuma razão para duvidar disso.<<<
Assim começa este livro prodigioso que dá pelo nome de Un Vrai Roman (Plon, 2007) — verdadeiro porque, como assinala o subtítulo, se tratar de coligir as "memórias" do próprio autor; romance porque se celebra a literatura como a respiração mais pura do próprio real e, justamente, da sua verdade, enquanto verdade-que-passa-pela-escrita.
Philippe Sollers — que gosta de se definir como "um escritor europeu de origem francesa" — deambula, aqui, das suas origens burguesas à descoberta do universo polimorfo das mulheres (Femmes é um dos seus romances mais conhecidos), das lições de Joyce e Freud às contradições do mundo mediático em que vivemos. Tudo regressando ciclicamente a Mozart. É uma celebração da liberdade que pode nascer da escrita, e com a escrita, um livro de relativização de todos os modelos tradicionais ("crónica", biografia", "romance"), afinal fiel a esse espírito de deriva, dúvida e interrogação de um autor que tem um livro que se chama Teoria das Excepções.
Philippe Sollers — que gosta de se definir como "um escritor europeu de origem francesa" — deambula, aqui, das suas origens burguesas à descoberta do universo polimorfo das mulheres (Femmes é um dos seus romances mais conhecidos), das lições de Joyce e Freud às contradições do mundo mediático em que vivemos. Tudo regressando ciclicamente a Mozart. É uma celebração da liberdade que pode nascer da escrita, e com a escrita, um livro de relativização de todos os modelos tradicionais ("crónica", biografia", "romance"), afinal fiel a esse espírito de deriva, dúvida e interrogação de um autor que tem um livro que se chama Teoria das Excepções.
Precisamente sobre Un Vrai Roman, podemos ver, aqui, a participação de Philippe Sollers em Ça Balance à Paris, de Pierre Lescure, no canal Paris Première.