terça-feira, novembro 13, 2007

Beowulf ou cinema depois do cinema

Simplifiquemos: Beowulf, de Robert Zemeckis, é uma revolução na história do cinema (mesmo que o seu eco morra consigo, mesmo que a sua descendência o renegue). O seu carácter revolucionário poderá sistematizar-se através de três componentes que os respectivos trailers apenas conseguem sugerir:
1) - a consolidação — e crescente sofisticação — da animação digital feita a partir de actores (Ray Winstone, Anthony Hopkins, Angelina Jolie, etc.), dita motion capture, já ensaiada por Zemeckis em Polar Express (2004).
2) - a criação de um visual realmente inesperado, e até desconcertante, que funde iconografia clássica, banda desenhada e jogo de video.
3) - a reintegração de um gosto primitivo da narrativa, aqui obviamente representado pelo retorno à lenda (de raiz inglesa) do guerreiro Beowulf e do monstro Grendel.
Tudo isto, importa sublinhá-lo, através da proposta de um cinema a três dimensões (com óculos especiais) que aponta para outros conceitos de espectáculo, porventura susceptíveis de gerar uma matriz estética-e-económica que, embora de raiz cinemtográfica, já estará para além do cinema tal como o aprendemos e nos habituámos a reconhecer.

* Estreia da versão 3D: 15 de Novembro.
* Estreia da versão normal: 22 de Novembro.