sexta-feira, junho 01, 2007

It was 40 years ago today...

Passam hoje 40 anos sobre a edição de um álbum que a história registou. Se é ou não o maior álbum de todos os tempos, é debate discutível. Entre a discografia dos Beatles, Revolver (de 1966) costuma surgir como escolha alternativa. E discos como Pet Sounds dos Beach Boys (1966), The Velvet Undreground and Nico, dos Velvet Underground (1967) ou Blonde on Blonde, de Bob Dylan (1966) são escolhas igualmente apontadas... Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band já surgiu, é verdade, à frente de listas, como, por exemplo, a "500 Greatest Records Of All Time", mas não apenas por aí que assinalamos, hoje, os seus 40 anos de vida. Foi, em todos os planos, um disco de ousadia e revolução. É certo que não é o primeiro álbum da etapa “adulta” do som dos Beatles, devendo apontar-se já os soberbos Rubber Soul (1965) e Revolver (1966) como primeiros exemplos dessa fase, juntando os fab four a nomes como Bob Dylan, Phil Spector ou Brian Wilson na linha da frente de uma revolução que mudava, a olhos vistos, a música popular, os seus músicos e públicos. Sgt. Pepper’s, todavia, juntava apenas num disco, uma série de condimentos que expressavam claramente essa noção de mudança. Das novas técnicas de gravação a uma mais versátil abertura a outros instrumentos, de abordagens desafiantes na composição (possível pelo tempo disponível depois de decisiva opção pelo afastamento da estrada) à própria capa do disco, este foi, há 40 anos, um marco incontornável.
Sgt. Pepper's gerou já dois álbuns-tributo. O primeiro, Sgt. Pepper Knew My Father, em 1988, nasceu de uma ideia do NME, e juntou, à volta das canções do álbum, nomes como os Sonic Youth, The Fall, Triffids ou Billy Bragg. O segundo, já este ano, surgiu como complemento à edição de Março da revista Mojo, oferecendo novas versões por nomes indie como The M’s, Simple Kid ou os mais “conhecidos” Echo & The Bunnymen. Uma nova homenagem, apadrinhada pela BBC, será amanhã transmitida na televisão inglesa. Desta vez, ao serviço da transformação dos clássicos dos Beatles estarão bandas como os Oasis, Killers e Zutons.

Para celebrar os 40 anos deste álbum , o Sound + Vision oferece, em vez de versões de canções, versões das capas. Eis uma galeria de imagens que, de certa maneira, o homenageiam (ou parodiam):

Os Mothers Of Invention, de Frank Zappa, foram os primeiros a citar a capa de Sgt. Pepper's. Aconteceu logo em 1967, no álbum We’re Only In It For The Money. O album, já de si uma paródia ao “summer of love”, não podia ter escolhido melhor capa!

Em 1980, a compilação The Moonlight Tapes, editada pela Danceville, citava Sgt. Peppers’s usando, imagens das bandas nela incluídas.
Uma “história” possível do punk, em 1982, via Cherry Red Records, a compilação Burning Ambitionds repetia a sugestão, usando uma silhueta de Londres como fundo.

O segundo volume da compilação Beatles Exotica aplica à capa de Sgt. Pepper’s o conceito pelo qual recolhe versões menos... convencionais, de temas dos Beatles. Barbies, Noddy, Piu Piu, Pantera Cor-de-rosa, Mickey ou o gato Sylvrester, entre muitos outros, onde antes se viam Marlene Dietrich, Oscar Wilde, Karlheinz Stochausen ou Sigmund Freud. Pop, pois...

O episódio número 158 dos Simpsons (em 1996), de título Bart After Dark, é uma das mais espantosas “homenagens”, devidamente assimiladas, da memória desta capa dos Beatles.