sábado, dezembro 16, 2006

Digital made in France

Selenia, princesa do mundo dos Minimeus ("Minimoys" no original), não está no meio de flores gigantes. Ela é que é do tamanho de um dedo humano — o que lhe confere uma vulnerabilidade tocante. Além do mais, convém dizer que tem a voz de Madonna. E que o seu maior inimigo, rei das trevas, pois claro, se chama Maltazar e fala como se fosse David Bowie — ou melhor, é mesmo David Bowie que fala por ele. Sem ser um marco histórico na evolução da animação digital (combinada com actores: Freddie Highmore, Mia Farrow, etc.), o filme de Luc Besson Artur e os Minimeus possui dinâmica criativa, sentido do maravilhoso e sofistificação técnica q.b. para ser um caso exemplar de uma produção europeia — de raiz francesa — sem complexos de se afirmar num terreno fortemente marcado pelos produtos made in USA. Besson, produtor e realizador, tem o mérito de, para além dos altos e baixos da sua própria filmografia (o seu filme anterior, Angel-A, era um curioso exercício de romantismo & fantástico), manter essa atitude, simultaneamente criativa e comercial, de continuar a arriscar onde os americanos tendem a possuir alguns dos trunfos mais fortes.

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