domingo, julho 23, 2006

174 anos de desenhos animados

A propósito do novo filme de Richard Linklater — A Scanner Darkly (com estreia portuguesa prevista para 7 de Setembro), com Keanu Reeves, Winona Ryder e Woody Harrelson — a edição de Agosto da revista Sight & Sound, do British Film Institute, propõe um magnífico dossier sobre a evolução dos desenhos animados, não apenas na mais recente (e revolucionária) década, mas desde os tempos remotos da pré-história dos filmes. Uma das peças mais esclarecedoras é uma cronologia que começa em 1832, ou seja, há 174 anos, com a invenção do fenacistiscópio, desembocando nas proezas recentes dos estúdios Pixar, até alguns títulos ainda por lançar, nomeadamente o francês Azur et Asmar, de Michel Ocelot e o norueguês Free Jimmy, de Christopher Nielsen.
Adaptado de um romance de Philip K. Dick, o filme A Scanner Darkly retoma a técnica de animação — rotoscopia — que Linklater já aplicara em Waking Life (2001). No essencial, trata-se de um processo tradicional, por exemplo já presente em algumas sequências de Branca de Neve e os Sete Anões (1937): as cenas são filmadas com actores e, depois, retrabalhadas em forma de desenho. Tal como em Waking Life, Linklater aplicou o "rotoshop", mecanismo que integra o método básico da rotoscopia, agora através do uso de técnicas digitais.
Entre outros temas, esta edição da Sight & Sound, inclui trabalhos sobre os cineastas Hou Hsiao-Hsien (Three Times) e Philippe Garrel (Os Amantes Regulares, a estrear entre nós no dia 3 de Agosto). Na secção de crítica, são comentados mais de duas dezenas de filmes, incluindo Carros e The Science of Sleep, o novo trabalho de Michel Gondry.

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