![](http://photos1.blogger.com/blogger/7181/1535/200/lene%20lovich%20flex.jpg)
Depois de uma estreia em 1979 com o álbum Stateless (que lhe valeu o êxito global ao som de Lucky Number), trabalhou com o seu parceiro de sempre (e hoje seu marido) Les Chapell um aperfeiçoamento e sofisticação de um som new wave mais polido, todavia não despojado da sua intensidade, do seu exotismo, da sua capacidade em fazer teatro pelo som. Flex, de 1980, pode não ter sido o sucesso que se adivinhava depois de um álbum tão promissor como o fora Stateless, mas representa o pico de forma na obra de Lene Lovich, com um conjunto de canções que poderia encher meio “best of” da sua curta, mas recomendável carreira. Editado em single alguns meses antes do álbum, Bird Song é uma canção com invulgar sentido de espaço, com ambientes e teias musicais coreografados sob um sentido arty que a afastava das mais convencionais receitas pop de top. O álbum confirmou depois as sugestões de Bird Song, com uma mão cheia de grandes canções como o festivo Angels, o sombrio You Can’t Kill Me, o épico Wonderful One ou o luminoso Joan. Tal como no álbum anterior, não faltou a cover da praxe, escolha desta feita apontada ao velho The Night, de Frank Valli. O álbum é um monumento de produção ao jeito da época, transportando as ideias de rebeldia nascidas um ano antes a um patamar de mais polida sofisticação sonora, criando um monumento de pujança pop que a presença vocal de Lene Lovich domina como poucos o teriam feito.
Lene Lovich “Flex” (Stiff, 1980)
Se gostou, escute depois:
Nina Hagen: "Ubehagen" (1980)
Missing Persons: "Spring Session M" (1982)
PJ Harvey: "To Bring You My Love" (1995)