domingo, novembro 27, 2005

"Fúria de Viver": 50 anos

Fúria de Viver/Rebel Without a Cause, de Nicholas Ray, estreou-se há pouco mais de 50 anos, nos EUA — a primeira exibição foi em Nova Iorque, a 26 de Outubro de 1955. Foi um filme que surgiu para sempre assombrado pela morte de James Dean, poucas semanas antes (a 30 de Setembro), contava apenas 24 anos. A sua vocação mitológica saíria reforçada do próprio confronto com os espectadores de todo o mundo: Dean e Fúria de Viver rapidamente acederam à condição de lenda, gerando aquela que era uma nova iconografia da adolescência. Mais do que isso, a visão de Ray propunha um retrato inovador das relações pais/filhos e também das diferenças de valores e conflitos geracionais que a sociedade de consumo estava a produzir.
A preparação e rodagem de Fúria de Viver têm sido, ao longo dos anos, objecto de muitas e variadas abordagens. A gestação deste filme clássico foi marcada por muitos conflitos industriais (com Ray, no começo, a aceitar com muita relutância a imposição, por parte da Warner, da fotografia a cores) e também pelas mais extremadas convulsões passionais (incluindo o envolvimento do realizador com a protagonista feminina, Natalie Wood). Agora, surgiu Live Fast, Die Young : The Wild Ride of Making Rebel Without a Cause (Touchstone, 2005), livro já apontado como o de mais elaborada e rigorosa abordagem dos bastidores de Fúria de Viver. São seus autores Lawrence Frascella (ex-crítico do Us Magazine) e Al Weisel (jornalista da Premiere americana).