segunda-feira, outubro 28, 2024

Bruce Springsteen
— memórias de uma canção

If I Should Fall Behind é uma canção emblemática do álbum Lucky Town, lançado por Bruce Springsteen em 1992. Dedicada a sua mulher, Patti Scialfa, a canção foi recentemente evocada por ambos durante uma conversa com Howard Stern, na SiriusXM Radio — são momentos de romantismo pontuado por saborosa ironia.
 

domingo, outubro 27, 2024

SOUND + VISION Magazine
— "Roma, cidade aberta" [ 16 nov. ]

A estreia do novo Gladiador, realizado por Ridley Scott, é pretexto para revisitarmos as memórias artísticas da cidade de Roma — com destaque para os filmes e as canções.

>>> FNAC Chiado - 16 nov. 17h00.


Bruno Reidal
— uma nova história da loucura

Dimitri Doré no papel de Bruno Reidal: memórias trágicas

Bruno Reidal - Confissões de um Assassino encena a história verídica de um crime cometido em 1905 por um jovem seminarista: descobrimos, assim, o trabalho de Vincent Le Port, cineasta capaz de expor os contrastes mais perturbantes do factor humano — ete texto foi publicado no Diário de Notícias (29 agosto).

Neste tempo de filmes enredados na monotonia do politicamente correcto, apenas empenhados em satisfazer um discurso “edificante” que já está consumado (e consumido) antes mesmo do filme começar a ser projectado, que fazer face a um objecto tão estranho e impressionante como é Bruno Reidal - Confissões de um Assassino, primeira longa-metragem do francês Vincent Le Port (n. 1986)? Talvez começar por lembrar que o cinema não é uma colecção de sermões moralistas para reforçar o sonambulismo cultural de uma audiência de “talk show”…
Que está, então, em jogo neste filme revelado em 2021, na Semana da Crítica de Cannes? Pois bem, uma história (verídica) vivida no ano de 1905, no departamento de Cantal, no centro-sul do mapa de França. Bruno Reidal é um jovem seminarista que mata um rapaz de 12 anos, de imediato entregando-se às autoridades — de forma esquemática, podemos dizer que o filme se organiza como uma memória didáctica do processo de interrogação de uma junta de médicos, tentando compreender de onde provém a violência brutal de Reidal, aliás desde o primeiro momento reconhecida pelo próprio.
Na frieza metódica da sua exposição, Bruno Reidal - Confissões de um Assassino não terá muitas experiências paralelas na história do cinema. Para o leitor eventualmente interessado em explorar esse desafio narrativo de encenar o mal absoluto, recordo um outro exemplo, também francês, datado de 1976: Moi, Pierre Rivière, de René Allio, sobre o caso de um jovem que, na Normandia, em 1835, assassinou vários familiares — na base do argumento do filme estão documentos compilados por Michel Foucault (1926-1984), no âmbito das suas investigações dos anos 50/60 sobre as doenças mentais e a história da loucura.
Dir-se-ia que Le Port criou uma espécie de capítulo zero para uma nova história da loucura, tanto mais concisa e perturbante quanto é o próprio Bruno Reidal que surge como narrador do seu destino trágico. O crime que ele comete envolve um radicalismo cuja obscenidade é ampliada pelo facto de a sua vítima acabar por resultar de uma escolha “acidental”. Mais do que isso: Reidal aceita expor — e, mais do que isso, escrever — a sua confissão, desde o primeiro momento reconhecendo, com infinitos detalhes, que nele existe um ziguezague perverso entre a pulsão sexual e o impulso assassino.
O filme é “apenas” o relato desse processo confessional em que o factor humano se expõe para lá de qualquer hipótese romanesca ou redentora. Há um misto de serenidade e coragem na “mise en scène” de Le Port, relatando esta odisseia sangrenta como uma história que não é exterior a esse factor, antes expõe as convulsões internas daquilo que habitualmente apelidamos de “natureza humana”. A não esquecer: a sua linguagem precisa e descarnada encontra o eco adequado no espantoso trabalho do estreante Dimitri Doré, intérprete de Bruno Reidal.

The Smile, Opus 3

Cerca de nove meses depois de Wall of Eyes, aí está o terceiro álbum de The Smile, a banda de Jonny Greenwood, Tom Skinner e Thom Yorke — "quase" os Radiohead, mas não os Radiohead... Reencontro com sonoridades post-post muitas experiências e sensibilidades, sempre seduzidas pelas mais inesperadas e envolventes variações rítmicas, pontuando, como um sonho, o presente da nossa escuta. Tudo envolvido com telediscos nascidos de uma iconografia computorizada que não quer disfarçar a sua serena nostalgia — eis Don't Get Me Started.
 

domingo, outubro 13, 2024

SOUND + VISION Magazine
— "Novas aventuras de Joker" [FNAC, hoje]

Reunindo Joaquin Phoenix e Lady Gaga, o segundo Joker é um espectáculo desafiante, com inesperadas e fascinantes componentes musicais — vamos partilhar algumas ideias sobre o fenómeno, revisitando imagens e canções, filmes e telediscos.

>>> FNAC Chiado: dia 13 outubro, 17h00.

quinta-feira, outubro 10, 2024

Rafael Nadal: "Retiro-me do ténis profissional"

[ rafaelnadal.com ]

Depois da Taça Davis de 2024, cuja final está marcada para 24 de novembro, Rafael Nadal irá colocar um ponto final na sua carreira profissional — foi o próprio tenista espanhol que anunciou a decisão através de um video pontuado por algumas memórias de uma carreira verdadeiramente excepcional.

terça-feira, outubro 01, 2024

Lady Gaga + Joker

Em paralelo com o lançamento de Joker: Loucura a Dois (quinta-feira nas salas portuguesas), filme em que contracena com Joaquin Phoenix, Lady Gaga lança o maravilhoso Harlequin, álbum de canções (a maior parte "antigas") da banda sonora do filme realizado por Todd Philips. Eis um belo exemplo das singularidades nostálgicas do empreendimento: Get Happy, tema composto em 1930 por Harold Arlen, com letra de Ted Koehler.

sábado, setembro 28, 2024

Rick Beato: "O YouTube
está a esmagar os meios de comunicação tradicionais"

Fascinante video de Rick Beato — em foco está a presença dominante (esmagadora, precisamente) do YouTube na paisagem em que procuramos, escolhemos e consumimos as mais diversas formas de comunicação.
O título desta nota poderá fazer pensar que Beato não passa de um tradicionalista ressabiado, revoltado contra um instrumento de comunicação que não domina... Nada disso. Aliás, através de números eloquentes, ele demonstra que o seu canal no YouTube é um caso significativo de enorme sucesso. Trata-se, afinal, de expor uma verdade rudimentar, fascinante e perturbante — as nossas relações com as imagens e os sons entraram (já há algum tempo, convenhamos) numa idade moderna, pós-moderna ou pós-pós-moderna, envolvendo novos modos de olhar, diferentes regimes de escuta. Enfim, uma desafiante organização/percepção do mundo à nossa volta.
O video é tanto mais sugestivo quanto se apresenta com um título cuja significação não é o que parece: "Porque é que David Gilmour não vai aparecer no meu canal".