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Taraji P. Henson (nomeada para o Oscar de melhor actriz secundária) segura Benjamin Button — "bebé-velho" ou "velho-bebé". Em qualquer caso, aquilo que ela segura é um ser cujo hibridismo tecnológico reflecte a própria ambivalência da actual idade do cinema: é ainda um corpo que, milagre da narrativa, ainda se adequa a outro.
Taraji P. Henson (nomeada para o Oscar de melhor actriz secundária) segura Benjamin Button — "bebé-velho" ou "velho-bebé". Em qualquer caso, aquilo que ela segura é um ser cujo hibridismo tecnológico reflecte a própria ambivalência da actual idade do cinema: é ainda um corpo que, milagre da narrativa, ainda se adequa a outro.
Sabemos, assim, que quase todas as figurações de Brad Pitt em O Estranho Caso de Benjamin Button passam por alguma fusão do trabalho específico do actor com a transfiguração, também ela específica, das imagens. A imagem deste cartaz é apenas um sucedâneo do mesmo processo figurativo — mas será que a palavra "figurativo" ainda basta para descrever o que está a acontecer? Uma coisa é certa: a iconografia maternal persiste para além dos modos da sua encenação. O que quer dizer também que é preciso relativizar o preconceito que, por vezes, emerge contra as práticas técnicas das imagens contemporâneas — se o humano resiste, é porque o humano ainda conta na gestação das imagens.