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A estatística é reveladora: Avatar, o filme de James Cameron, surge enquadrado por nada mais nada menos que 125 produtos que estão a ocupar as mais variadas zonas da economia natalícia, incluindo jogos de video (hoje em dia uma zona da produção de entertainment mais poderosa que a indústria cinematográfica), brinquedos [como aquele a que se refere a imagem], maquetas e livros.
Em boa verdade, esta é uma tendência que se consolidou a partir do impacto global de A Guerra das Estrelas (1977). E não está em causa que, no seu interior, por vezes, se tenham feito filmes admiráveis. O que se questiona, agora, é a deriva económica do próprio cinema — até que ponto estaremos a entrar numa era em que o cinema (ou, pelo menos, alguns filmes) passarão a ser encarados, concebidos e concretizados como meros "veículos" para pôr em marcha actividades económicas estranhas à especificidade do cinema?