O DVD Celebration: The Video Collection revisita a música de Madonna através de 47 dos seus telediscos — são outros tantos momentos de uma história, de facto, audiovisual. [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8]
Ambiguidade simbólica da música: Papa Don't Preach, canção pop por excelência, "ligeira" e contagiante, é também uma narrativa sobre a dramática aceitação de uma gravidez. Uma vez mais, a dicotomia é fulgurante: nas cenas realistas, é uma Madonna natural que assume o protagonismo, usando a mais célebre das suas t-shirts ("Italians do it better"), encontrando-se com o namorado e procurando o assentimento do pai ("Papa don't preach, I'm in trouble deep / Papa don't preach, I've been losing sleep / But I made up my mind, I'm keeping my baby"); em alternância, descobrimo-la de novo na solidão de um estúdio, outra vez reminiscente de Marilyn, cantando num contraponto de metódica distanciação. James Foley volta a realizar, numa época em que ambos também colaboravam em Who's That Girl?/Quem É Aquela Garota?, comédia burlesca lançada no Verão de 1987. Todo o teledisco, desde a cenografia ao trabalho de montagem, reflecte uma depurada concepção narrativa e também uma absoluta excelência industrial — a fotografia é de Michael Ballhaus que, no ano anterior, tinha assinado as imagens de A Cor do Dinheiro, de Martin Scorsese. Crueldade iconográfica da história: nas margens do Hudson, passava uma estrela planetária; lá ao fundo, estão as duas torres que apenas resistiriam mais 14 anos...
Ambiguidade simbólica da música: Papa Don't Preach, canção pop por excelência, "ligeira" e contagiante, é também uma narrativa sobre a dramática aceitação de uma gravidez. Uma vez mais, a dicotomia é fulgurante: nas cenas realistas, é uma Madonna natural que assume o protagonismo, usando a mais célebre das suas t-shirts ("Italians do it better"), encontrando-se com o namorado e procurando o assentimento do pai ("Papa don't preach, I'm in trouble deep / Papa don't preach, I've been losing sleep / But I made up my mind, I'm keeping my baby"); em alternância, descobrimo-la de novo na solidão de um estúdio, outra vez reminiscente de Marilyn, cantando num contraponto de metódica distanciação. James Foley volta a realizar, numa época em que ambos também colaboravam em Who's That Girl?/Quem É Aquela Garota?, comédia burlesca lançada no Verão de 1987. Todo o teledisco, desde a cenografia ao trabalho de montagem, reflecte uma depurada concepção narrativa e também uma absoluta excelência industrial — a fotografia é de Michael Ballhaus que, no ano anterior, tinha assinado as imagens de A Cor do Dinheiro, de Martin Scorsese. Crueldade iconográfica da história: nas margens do Hudson, passava uma estrela planetária; lá ao fundo, estão as duas torres que apenas resistiriam mais 14 anos...