Nenhum filme é "bom" ou "mau" por causa dos muitos (ou poucos) milhões que acumula. Mas reduzir a vida dos filmes às tabelas de receitas é favorecer uma cultura economicista, tendendo para a absoluta indiferença artística — este texto foi publicado no Diário de Notícias (28 de Novembro), com o título 'Dólares e filmes'.
No dia em que escrevo este apontamento, começam a circular por todo o planeta manchetes sobre os milhões acumulados pelo filme Lua Nova no fim de semana de estreia no mercado americano. O filme é um desastre, mas poderia ser uma obra-prima que o sentido destas considerações seria o mesmo. Porquê? Porque, uma vez mais, importa demarcarmo-nos desta histeria jornalística (?) que reduz o cinema a uma mera agitação de números, de preferência dólares, e com muitos zeros à direita.
Permitam-me que esclareça: o cinema americano parece-me continuar a ser um dos mais fascinantes espaços criativos da expressão audiovisual contemporânea. Apesar disso (aliás, justamente por causa disso), importa não reduzir uma tão vasta paisagem artística aos valores decorrentes do marketing. Em boa verdade, se fossem os técnicos de marketing a fazer a maior parte das notícias sobre a actividade cinematográfica, o panorama não seria fundamentalmente diferente. Daí a minha convicção: eles gostam de olhar para os cifrões, mas não têm qualquer amor pelos filmes.
No dia em que escrevo este apontamento, começam a circular por todo o planeta manchetes sobre os milhões acumulados pelo filme Lua Nova no fim de semana de estreia no mercado americano. O filme é um desastre, mas poderia ser uma obra-prima que o sentido destas considerações seria o mesmo. Porquê? Porque, uma vez mais, importa demarcarmo-nos desta histeria jornalística (?) que reduz o cinema a uma mera agitação de números, de preferência dólares, e com muitos zeros à direita.
Permitam-me que esclareça: o cinema americano parece-me continuar a ser um dos mais fascinantes espaços criativos da expressão audiovisual contemporânea. Apesar disso (aliás, justamente por causa disso), importa não reduzir uma tão vasta paisagem artística aos valores decorrentes do marketing. Em boa verdade, se fossem os técnicos de marketing a fazer a maior parte das notícias sobre a actividade cinematográfica, o panorama não seria fundamentalmente diferente. Daí a minha convicção: eles gostam de olhar para os cifrões, mas não têm qualquer amor pelos filmes.