Nos livros de Paul Auster, o surrealismo será a referência mais remota, porventura também a mais discutível. Em todo o caso, o seu mais recente e extraordinário romance — Invisible [capa da edição inglesa, Faber and Faber] — evoca de forma discreta, mas creio que serenamente calculada, a prática surrealista dos cadavres exquis.
De facto, a história da amizade de Adam Walker, estudante da Columbia University, e Rudolf Born, um francês sedutor e enigmático, tem qualquer coisa desse exercício lúdico em que é gerada uma representação visual (ou uma narrativa) a partir de fragmentos desenhados (ou escritos) por um colectivo de participantes em que cada um apenas conhece uma pequena parte da produção do participante anterior. Invisible apresenta-se, assim, como um continuum de memórias — de 1967 até quatro décadas mais tarde — que explicitam, tanto quanto baralham, as evidências maiores da paixão, do crime e da redenção moral. É, à sua maneira, um livro visceralmente cinematográfico, no sentido em que nele se discutem as tentações do visível e o devastador poder do invisível. Caminhando, claro, ou não se chamasse o protagonista walker.
De facto, a história da amizade de Adam Walker, estudante da Columbia University, e Rudolf Born, um francês sedutor e enigmático, tem qualquer coisa desse exercício lúdico em que é gerada uma representação visual (ou uma narrativa) a partir de fragmentos desenhados (ou escritos) por um colectivo de participantes em que cada um apenas conhece uma pequena parte da produção do participante anterior. Invisible apresenta-se, assim, como um continuum de memórias — de 1967 até quatro décadas mais tarde — que explicitam, tanto quanto baralham, as evidências maiores da paixão, do crime e da redenção moral. É, à sua maneira, um livro visceralmente cinematográfico, no sentido em que nele se discutem as tentações do visível e o devastador poder do invisível. Caminhando, claro, ou não se chamasse o protagonista walker.