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Na herança da cultura popular alemã do século XIX, os poemas de Das Knaben Wunderhorn ocupam um lugar central: além de reflectirem uma relação com a natureza inerente a um sentimento nacional de unidade, foram objecto de abordagem por vários compositores, incluindo Schumann, Brahms e Zemlinsky. Em todo o caso, são as versões de Gustav Mahler (1860-1911) que, tradicionalmente, se associam aos poemas. Além do mais, este ciclo de canções foi, ao longo de muitos anos, dos mais trabalhados pelo compositor, a ponto de algumas das suas peças terem integrado outras das suas obras (por exemplo, Urlicht como quarto andamento da Segunda Sinfonia). Neste registo datado de 1999, Thomas Quasthoff é o barítono que reparte o protagonismo com Anne Sofie, com a Filarmónica de Berlim sob a direcção de Claudio Abbado. É um álbum de puro encantamento que, além do mais, preserva a tensão vital da música de Mahler: uma crença obstinada numa energia quase transcendental e, ao mesmo tempo, uma dimensão física imediata, ora calorosa, ora ferida por um contido movimento de angústia.
>>> GUSTAV MAHLER, Des Knaben Wunderhorn.
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