terça-feira, setembro 09, 2008

Um vírus chamado "Sarah Palin"

Bizarro e perverso erro que muitos têm cometido (incluindo eu, neste blog). De facto, Sarah Palin nunca figurou na capa da Vogue — a "capa" que tem aparecido em dezenas e dezenas de sites e blogs é uma simulação que se espalhou pela Net com a agilidade de um verdadeiro vírus, não tanto informático, mas (des)informativo.
Curiosa lição: a velocidade da informação pode ser um valor que, em última instância, desvirtua a relação da própria informação com a verdade material dos factos. É certo que a questão não altera o essencial da discussão que se tem travado um pouco por toda a parte. A saber: como é que as representações mediáticas marcam e, por asim dizer, servem de pontuação aos grandes debates ideológicos do nosso tempo? Seja como for, aqui fica a necessária correção: Sarah Palin não surgiu na capa, mas foi objecto de uma reportagem na edição americana da Vogue com data de Fevereiro de 2008 — é possível ler uma versão editada no site Style.com.
Perto do final desse texto, escrevem-se estas palavras que, agora, não podemos deixar de ler com alguma ironia: "Há um pequeno mas audível grupo de pressão (a imprensa chama-lhes 'Palinistas') que gosta de se referir a ela como uma estrela nacional, talvez mesmo uma candidata republicana a vice-presidente. Eis o que parece pouco provável, já que com apenas 670 mil habitantes o Alaska traz pouco mais votos que uma cidade mediana da América interior."

[Agradecemos o mail de Ricardo Oliveira.]

PS - Mais um artigo da Time que vale a pena ler: chama-se "Searching for Palin's 'Hot Photos'" e, como o título sugere, aborda a conversão de Sarah Palin em estrela das buscas na Internet — no top 10 de palavras associadas ao seu nome, Vogue Magazine surge em segundo lugar.