segunda-feira, janeiro 14, 2008

Nas margens dos Globos de Ouro

Pela primeira vez, os Globos de Ouro não tiveram cerimónia e a pergunta que fica não pode deixar de ser: quando poderá acabar a greve dos argumentistas? Ou ainda: até onde irá o braço de ferro entre os estúdios de Hollywood e a Writers Guild of America?
Expiação (drama) e Sweeney Todd (musical/comédia) arrebataram os prémios principais, mas as notícias mais importantes vêm dos bastidores da indústria. Assim, quem se manifestou disponível para mediar as negociações entre os patrões de Hollywood e os argumentistas foi nada mais nada menos que George Clooney [na imagem, no seu recente anúncio para a Nespresso]. O actor/reali-zador/produtor acredita mesmo que poderá arrastar para essa função nomes de tanto peso como Steven Spielberg, Tom Hanks ou John Wells (produtor de ER/Serviço de Urgência).
No horizonte próximo está uma questão vital cujas implicações vão desde a difusão global dos mais recentes filmes americanos aos muitos milhões de dólares movimentados pela publicidade televisiva — ou seja: a (im)possibilidade de se realizar a cerimónia dos Oscars, marcada para 24 de Fevereiro (nomeações no próximo dia 22). Por um lado, os actores têm mantido um ferveroso apoio à luta dos argumentistas; por outro lado, eles são dos primeiros a compreender que o prolongamento do impasse negocial arrastará, a curto ou médio prazo, consequências negativas para todos os profissionais do cinema e da televisão.