segunda-feira, maio 07, 2007

Mais teias de aranha

O primeiro fim de semana de Homem Aranha 3 bateu recordes de biheteira, nomeadamente nos EUA (+ de 140 milhões de dólares). Quer isto dizer que, nos próximos dias, vamos todos ser bom-bardeados por uma informação (?) que, inadvertidamente ou não, nos vai querer fazer crer que a acumulação de cifrões se confunde com um tratado filosófico sobre cultura popular...
Ora, quanto mais não seja por uma simples razão de sanidade mental, é preciso dizer que não é assim. E que a eficácia financeira de um produto (seja um filme, uma pasta de dentes ou um iogurte) nada nos diz sobre as suas qualidades específicas. Como o tabaco, aliás: há milhões de fumadores em todo o mundo e, em nome de tais números, ninguém se atreve a proclamar que o fumo é um instrumento vital de saúde.
Por isso, porque importa não cedermos ao tédio das ideias (mal) feitas, vale a pena voltar a lembrar que Homem Aranha 3 continua a ser objecto de abordagens não muito sensíveis aos seus méritos cinematográficos. Leia-se, por exemplo, em The New Yorker, a intervenção crítica de Anthony Lane. Ou ainda, em The New York Observer, a crónica de Rex Reed. Deste último, poderemos citar:
* "Inchado e estúpido, este filme é tão mau que nem é possível criticá-lo. Sobre-produzido, sobre-promovido, sobre-"desenhado", sobre-computorizado e completamente desnorteado, é tão absurdamente sobre-ornamentado, com tantas histórias confusas a tentar equilibrar-se com tanta ênfase, que não há maneira de o criticar. Apenas ficamos a contemplá-lo, como poderíamos contemplar a gigantesca explosão de um monte de esterco de vaca."
- Fim de citação.