Muitas vezes, em Portugal, reaparece à tona de água um bizarro preconceito. A saber: os críticos teriam "sempre" opiniões negativas sobre filmes inspirados em heróis da BD. Claro que é simples desmontar o cinismo de tal preconceito: para além das naturais e salutares diferenças entre quem exerce a actividade crítica, a mera observação dessa actividade permite verificar que, há muitas décadas, semelhante generalização é um disparate (aliás, como todas as generalizações que tentam reduzir o movimento das opiniões ao maniqueísmo de um qualquer "pró & contra"). Vem isto a propósito de Homem-Aranha 3.
De facto, há quem tenha considerado o filme "estética e conceptualmente arrancado à força" e, mais do que isso, "arrastando-se e continuando a arrastar-se" — quem o escreveu foi um símbolo da crítica portuguesa que dá pelo nome de Manohla Dargis, nesse lusitaníssimo jornal que é The New York Times. Há mesmo quem se manifeste ainda um pouco mais agitado, considerando Homem-Aranha 3 um filme "demasiado longo, visualmente incoerente, mesquinho e, por vezes, simplesmente horrível", acrescentando que se trata de "uma teia confusa de efeitos especiais excessivos e auto-indulgência". Autor? Outra figura de referência da nossa crítica, Ann Hornaday, a debitar opinião nesse pasquim de província que dá pelo nome de The Washington Post.
De facto, há quem tenha considerado o filme "estética e conceptualmente arrancado à força" e, mais do que isso, "arrastando-se e continuando a arrastar-se" — quem o escreveu foi um símbolo da crítica portuguesa que dá pelo nome de Manohla Dargis, nesse lusitaníssimo jornal que é The New York Times. Há mesmo quem se manifeste ainda um pouco mais agitado, considerando Homem-Aranha 3 um filme "demasiado longo, visualmente incoerente, mesquinho e, por vezes, simplesmente horrível", acrescentando que se trata de "uma teia confusa de efeitos especiais excessivos e auto-indulgência". Autor? Outra figura de referência da nossa crítica, Ann Hornaday, a debitar opinião nesse pasquim de província que dá pelo nome de The Washington Post.
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Quer isto dizer que as opiniões estrangeiras servem para legitimar as que se exprimem cá no burgo? Não, até porque, felizmente, somos todos crescidos e sabemos pensar pela própria cabeça. Quer apenas dizer que, para o debate de ideias, as generalizações preconceituosas não contam.