Que me perdoem amigos e inimigos, mas já começo a ficar cansado das listas de "antecipação" das estreias de Verão que, em última instância, se limitam a inventariar os títulos dos blockbusters que Hollywood vai lançar, mais ou menos no mundo todo, ao longo dos próximos meses.
E faço questão em repelir, desde já, qualquer sugestão pueril segundo a qual "não gosto" de blockbusters. Tenho idade para me lembrar do aparecimento do primeiro — Tubarão (1975), de Steven Spielberg —, da defesa apaixonada que dele fiz (e faço) e também do ar muito sério com que alguns colegas jornalistas me perguntavam como é que eu me atrevia a "defender o imperialismo americano?..."
Nenhum filme é "bom" ou "mau" por causa do muito ou pouco dinheiro que se gasta na respectiva produção (e, depois, na sua promoção). Em todo o caso, o jornalismo pode ser melhor ou pior através do modo como escolhe funcionar como mera câmara de eco das campanhas mais poderosas ou, pelo contrário, arrisca expor-se como mecanismo de prospecção e divulgação alternativa. Esta semana estreia outro blockbuster que eu adoro — Ocean's Thirteen, de Steven Soderbergh —, mas talvez seja o momento de propor uma pequena lista de estreias (com alguns filmes vistos e, a maioria, apenas... pressentidos) a que valerá a pena dar alguma atenção. Aqui vai:
* 14 JUNHO
— LADY CHATTERLEY, de Pascale Ferran: adaptação do romance de D. H. Lawrence consagrada com cinco Césares franceses, incluindo melhor filme de 2006.
— A PONTE / The Bridge, de Eric Steel: documentário sobre os suicidas da ponte de São Francisco (a lendária Golden Gate).
* 21 JUNHO
— INIMIGOS DO IMPÉRIO / The Banquet, de Feng Xiaogang: grande produção chinesa que revê um episódio da história imperial da China através de uma adaptação livre de Hamlet.
* 28 JUNHO
— A RAPARIGA MORTA / The Dead Girl, de Karen Moncrieff: drama policial escrito e realizado por uma realizadora americana que dirigiu episódios da série Sete Palmos de Terra; com Toni Collette.
— TAXIDERMIA, de Györgi Pálfi: a história recente da Hungria revista em tom de parábola dantesca — um dos filmes mais desconcertantes e fascinantes de Cannes 2006 [foto em cima].
* 5 JULHO
— BELLE TOUJOURS, de Manoel de Oliveira: quarenta anos depois, Oliveira propõe uma revisão do Belle de Jour, de Buñuel, agora com Bulle Ogier (não Catherine Deneuve) e de novo com Michel Piccoli.
— IN THE LAND OF WOMEN, de Jon Kasdan: comédia dramática, estreia na realização do irmão de Jake Kasdan (filhos de Lawrence Kasdan); com Meg Ryan e Adam Brody.
— JINDABYNE, de Ray Lawrence: Laura Linney e Gabriel Byrne protagonizam uma adaptação de um conto de Raymond Carver, pelo realizador australiano de Lantana.
* 12 JULHO
— HOME OF THE BRAVE, de Irwin Winkler: 50 Cent e Samuel L. Jackson protagonizam um drama centrado em três soldados que cumpriram uma missão no Iraque.
* 19 JULHO
— ALPHA DOG , de Nick Cassavetes: Justin Timberlake é um dos protagonistas deste policial inspirado em personagens verídicas; também com Bruce Willis.
E faço questão em repelir, desde já, qualquer sugestão pueril segundo a qual "não gosto" de blockbusters. Tenho idade para me lembrar do aparecimento do primeiro — Tubarão (1975), de Steven Spielberg —, da defesa apaixonada que dele fiz (e faço) e também do ar muito sério com que alguns colegas jornalistas me perguntavam como é que eu me atrevia a "defender o imperialismo americano?..."
Nenhum filme é "bom" ou "mau" por causa do muito ou pouco dinheiro que se gasta na respectiva produção (e, depois, na sua promoção). Em todo o caso, o jornalismo pode ser melhor ou pior através do modo como escolhe funcionar como mera câmara de eco das campanhas mais poderosas ou, pelo contrário, arrisca expor-se como mecanismo de prospecção e divulgação alternativa. Esta semana estreia outro blockbuster que eu adoro — Ocean's Thirteen, de Steven Soderbergh —, mas talvez seja o momento de propor uma pequena lista de estreias (com alguns filmes vistos e, a maioria, apenas... pressentidos) a que valerá a pena dar alguma atenção. Aqui vai:
* 14 JUNHO
— LADY CHATTERLEY, de Pascale Ferran: adaptação do romance de D. H. Lawrence consagrada com cinco Césares franceses, incluindo melhor filme de 2006.
— A PONTE / The Bridge, de Eric Steel: documentário sobre os suicidas da ponte de São Francisco (a lendária Golden Gate).
* 21 JUNHO
— INIMIGOS DO IMPÉRIO / The Banquet, de Feng Xiaogang: grande produção chinesa que revê um episódio da história imperial da China através de uma adaptação livre de Hamlet.
* 28 JUNHO
— A RAPARIGA MORTA / The Dead Girl, de Karen Moncrieff: drama policial escrito e realizado por uma realizadora americana que dirigiu episódios da série Sete Palmos de Terra; com Toni Collette.
— TAXIDERMIA, de Györgi Pálfi: a história recente da Hungria revista em tom de parábola dantesca — um dos filmes mais desconcertantes e fascinantes de Cannes 2006 [foto em cima].
* 5 JULHO
— BELLE TOUJOURS, de Manoel de Oliveira: quarenta anos depois, Oliveira propõe uma revisão do Belle de Jour, de Buñuel, agora com Bulle Ogier (não Catherine Deneuve) e de novo com Michel Piccoli.
— IN THE LAND OF WOMEN, de Jon Kasdan: comédia dramática, estreia na realização do irmão de Jake Kasdan (filhos de Lawrence Kasdan); com Meg Ryan e Adam Brody.
— JINDABYNE, de Ray Lawrence: Laura Linney e Gabriel Byrne protagonizam uma adaptação de um conto de Raymond Carver, pelo realizador australiano de Lantana.
* 12 JULHO
— HOME OF THE BRAVE, de Irwin Winkler: 50 Cent e Samuel L. Jackson protagonizam um drama centrado em três soldados que cumpriram uma missão no Iraque.
* 19 JULHO
— ALPHA DOG , de Nick Cassavetes: Justin Timberlake é um dos protagonistas deste policial inspirado em personagens verídicas; também com Bruce Willis.
* 26 JULHO
— BUG, de William Friedkin: Ashley Judd e Michael Shannon num espantoso exercício dramático sobre a paranóia de um veterano de guerra (Quinzena dos Realizadores, Cannes 2006).
— SOB O SIGNO DA MORTE / Pars Vite et Reviens Tard, de Régis Wargnier: pelo realizador de Indochina, um thriller passado em Paris, com ecos apocalípticos.
* 2 AGOSTO
— THE HOAX, de Lasse Hallstrom: o célebre caso do homem que forjou uma biografia de Howard Hughes; com Richard Gere, Alfred Molina e Julie Delpy.
* 30 AGOSTO
— NUOVOMUNDO, de Emmanuele Crialese: pelo realizador de Respiro, um drama histórico situado na Sicília do começo do século XX; com Vincenzo Amato e Charlotte Gainsbourg.
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Importa deixar uma dúvida muito simples: quantas datas destas os distribuidores e exibidores irão cumprir? Será que alguns deles vão continuar a abordar certos filmes como produtos "secundários", ao mesmo tempo menosprezando as suas potencialidades comerciais junto dos espectadores?... Uma coisa é certa: as datas de lançamento dos blockbusters, essas não vão mudar.