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segunda-feira, junho 22, 2009

Que filmes para adultos?

O Verão cinematográfico é quase sempre feito "em nome" das crianças, para o melhor e para o pior — este texto foi publicado no Diário de Notícias (22 de Junho), com o título 'Ainda há lugar para um cinema adulto?'.

Como é habitual, a chamada temporada de Verão impõe uma visão “infantil”, tendencialmente irresponsável, do cinema e do seu consumo. Repare-se: não se trata de lançar qualquer suspeita sobre os filmes que visam, antes de tudo o mais, as crianças (ainda menos de menosprezar a sua existência social, quer dizer, o facto de também serem consumidoras). Aliás, um dos títulos anunciados para este Verão, Up/Altamente, dos estúdios Pixar, é um esclarecedor exemplo da crescente sofisticação técnica e riqueza simbólica dos desenhos animados digitais.
Trata-se, isso sim, de estabelecer uma linha de demarcação. De facto, uma coisa é a existência de um público infantil, obviamente importante no plano cultural e também, importa dizê-lo sem qualquer preconceito, enquanto factor económico. Outra coisa bem diferente é o generalizado triunfo de um “infantilismo” do marketing e da imagem pública do cinema cujo efeito primordial é a secundarização de todos os filmes que se distingam pela gravidade própria de uma visão adulta.
Podemos temer, por isso mesmo, que um filme como State of Play, de Kevin Macdonald, com Russell Crowe, Ben Affleck e Rachel MacAdams, seja vítima deste estado de coisas. Aliás, o título português, Ligações Perigosas, também não ajudará muito (como é possível que o título de um clássico da literatura do século XVIII seja reaplicado com esta ligeireza?). Acontece que State of Play é uma proposta muito séria de discutir duas temáticas inerentes aos nossos tempos mediáticos: primeiro, o equilíbrio instável entre o espaço jornalístico e a cena política (de Washington, neste caso); segundo, as relações de complementaridade ou conflito que se podem estabelecer entre o jornalismo em papel e o jornalismo praticado na Internet.
Aliás, a simples existência de um filme como State of Play filme contraria também esse grosseiro lugar-comum (não poucas vezes favorecido pelo jornalismo mais medíocre) segundo o qual o cinema americano são... “explosões” e “efeitos especiais”. A sua permanência decorre da simples incapacidade de olhar para a diversidade dos filmes, das histórias e dos estilos. Seja como for, vale a pena insistir no facto de a dimensão social e as componentes políticas serem factores nada acidentais na história de Hollywood, mas sim inerentes a todos os seus conceitos de narrativa e espectáculo (ou será que alguém pensa que E Tudo o Vento Levou é um manual técnico sobre a apanha do algodão?)
State of Play é mesmo um exemplo modelar de um cinema que se mantém fiel a valores de observação e crítica social que nos remetem para a nobre tradição dos thrillers políticos da década de 70. Nessa época, pela acção conjunta de diversos factores, desde a guerra do Vietname ao escândalo Watergate, o melhor cinema americano deu mostras de uma notável capacidade de dar conta do presente made in USA. O caso de All the President's Men/Os Homens do Presidente (1976), de Alan J. Pakula, com Dustin Hoffman e Robert Redford, é esclarecedor: abordando, precisamente, o Watergate, o cinema americano mantinha uma relação directa e empenhada com as convulsões do seu país e, mais do que isso, com as suas feridas mais dolorosas e perturbantes. A diferença não está nos filmes, mas nos valores de consumo: nessa altura, o mercado não tinha medo de ser adulto.

sexta-feira, junho 19, 2009

De Humphrey Bogart a Russell Crowe

Subitamente, um thriller que reencontra o melhor da grande tradição política da década de 70 — este texto foi publicado no Diário de Notícias (18 de Junho), com o título 'A herança do cinema liberal'.

Algo esquecido nas memórias correntes do grande cinema clássico americano, Richard Brooks (1912-1992) é um nome que vale a pena evocar a propósito de State of Play, o filme de Kevin Macdonald lançado com o título nada feliz de Ligações Perigosas (o romance de Laclos e o filme de Stephen Frears mereciam outro respeito). Através de títulos como Deadline USA/A Última Ameaça (1952), com Humphrey Bogart, Brooks foi um dos que lançaram as bases de um cinema liberal (entenda-se: ligado à tradição liberal específica dos EUA) em que o trabalho dos jornalistas emerge como fundamental instrumento dramático e moral. Não por acaso, cineastas como Sydney Pollack ou Alan J. Pakula, especialistas do thriller político da década de 70, assumiram-se como herdeiros directos desse cinema.
State of Play desenvolve-se a partir de numa investigação conduzida pelo jornalista interpretado por Russell Crowe, com a ajuda de uma colega ainda pouco experiente, típica personagem deste género, assumida por Rachel MacAdams com invulgar contenção e charme. Para além do confronto com o labirinto político de Washington, o filme consegue jogar habilmente com dados da vida privada das personagens, em particular o envolvimento do jornalista com o senador investigado e a sua mulher (magnificamente interpretados por Ben Affleck e Robin Wright Penn).
Sem esquecer a competência de Kevin Macdonald, este é um cinema ancorado num sólido trabalho de argumento, envolvendo os nomes de Tony Gilroy (realizador de Michael Clayton) e Matthew Michael Carnahan (argumentista de Lions for Lambs/Peões em Jogo, de Robert Redford, porventura o mais brilhante filme político do cinema americano do século XXI). Prevalece, aqui, um gosto de contar histórias que, ao lidar com temas fortes da actualidade mediática, sabe ultrapassar as convenções e maniqueísmos dessa mesma actualidade.

sábado, janeiro 27, 2007

Discos Voadores 3.0 - O alinhamento

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Os Discos Voadores regressaram ao Incógnito. Terceiro encontro imediato do terceiro grau marcado, com a música do ovni desde as 23.30... Regresso para breve... Até lá, aqui fica a ementa servida:

Murcof "Memoria"
Sven Vath "L'Esperança"
Junior Boys "FM"
William Orbit "Time To Get Wise"
Post Industrial Boys "Encounter #5"
Hot Chip "Tchaparian"
The Knife "Forest Families"
The Grid "Crystal Clear"
Fluke "Spacey (Catch 22 Dub)"
Kelley Polar "The Rooms In My House Have Many Parties"
Gothic Archies "We Are The Gothic Archies"
Goldenboy "Campari Soda"
Hacienda "Dust Heroes"
Albert Hammond Jr "Cartoon Music For Superheroes"
Regina Spektor "Fidelity"
Mates Of State "Fraud In The 80's"
Le Tigre "Hot Topic"
Cobra Killer "Mr Chang"
Pam Hogg "Honeyland"
Tanya Donelly "New England"
Howling Bells "Velvet Girl"
Clap Your Hands Say Yeah "Yankee Go Home"
Cold War Kids "Passing The Hat"
Steven Malkmus "Baby Come On"
The Veils "One Night On Earth"
Cat People "Everyone Can Tell You"
Franz Ferdinand "Come On Home"
Idle Hands "Loaded"
Hope Of The States "Sing It Out"
Soho Dolls "Prince Harry"
White Rose Movement "Girld In The Back"
We Are Scientists "Nobody Move Nobody Gets Hurt"
Shout Out Louds "The Comeback"
Interpol "C'mere"
Boy Kill Boy "Suzie"
Klaxons "Gravity's Rainbow"
The B-52's "Rock Lobster"
Cansei de Ser Sexy "Fuckoff Is Not The Only Thing You Have To Show"
Metric "Combat Baby"
The Sounds "Painted By Numbers"
Noblesse Oblige "Bitch"
Frankie Goes To Hollywood "Relax"
X-Wife "Ping Pong"
The Bravery "An Honest Mistake"
To My Boy "The Grid"
She Wants Revenge "I Don't Want To Fall In Love"
Neon Plastix "Dream"
Dirty Pretty Things "Bang Bang You're Dead"
Forward Russia! "Nine"
Klaxons "Magick"
Dead 60's "Riot Radio"
Razorlight "In The Morning"
Depeche Mode "Personal Jesus"
Strokes "Juicebox"
LCD Soundsystem "Give It Up"
LCD Soundsystem "Daft Punk Is Plaiyng In My House"
Greensleepers "Polo Club"
The Hives "Hate To Say I Told You So"
White Stripes "Seven Nation Army"
Metric "Handshakes"
Sonic Youth "100 %"
Yeah Yeah Yeahs "Cheated Hearts"
Love Is All "Make Out Fall Out Make Up"
Ladytron "Disco Traxx"
Cansei de Ser Sexy "Superafim"
The Sounds "Tony The Beat"
Blondie "Hanging On The Telephone"
M "Pop Muzik"
The Kills "The Good Ones (Tiga Remix)"
Noblesse Oblige "Bitch"
DFA 1979 "Little Girl (Masterkraft Edition)"
Infadels "Can't Get Enough"
Mount Sims "9 Voltz"
Vitalic "My Friend Dario"
Love & Rockets "Motorcycle"
Daft Punk "Technologic"
Klaxons "Gravity's Rainbow (Van She Remix)"
Every Move A Picture "Standing On The Edge Of Something Beautiful"
The Rakes "22 Grand Job"
Arctic Monkeys "I Bet You Look Good On The Dance Floor"
Franz Ferdinand "Do You Wanna"
The Smiths "Sheila Take A Bow"
Blur "Parklife"
Modest Mouse "Float On"
TV On The Radio "Wolf Like Me"
Bauhaus "Ziggy Stardust"
David Bowie "Jean Genie"
Placebo "20th Century Boy"´
Mão Morta "Budapeste"
Fun Boy Three "Murder She Said"
Fantastic Plastic Machine "Please Stop!"

e a fechar...
Bob Crewe "Barbarella"

Power Play: Bitch dos Noblesse Oblige (simplesmente irresistível)
Banda mais pedida: Klaxons
Mais pedidos sem resposta (porque não levei o disco): Nine Inch Nails
Canções que gereram as maiores doses da pergunta da praxe "o que é que está a tocar": Fidelity de Regina Spektor, Bitch dos Noblesse Oblige, Make Out Fall Out Make Up dos Love Is All e Everyone Can Tell You dos Cat People
Prémio "ai que já não ouvia isto há tanto tempo": Fluke, com Spacey
Ninguém pediu... Pixies!!!

Regresso dos ovnis ao Incógnito a meio de Marçou ou início de Abril... A confirmar brevemente.