tag:blogger.com,1999:blog-162497782024-03-17T23:39:26.437+00:00sound + vision<center>Olhar e escutar. Música. Cinema. E os espaços em volta.</center>Unknownnoreply@blogger.comBlogger22086125tag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-71045919505941592282024-03-14T19:03:00.001+00:002024-03-16T13:57:46.225+00:00* Imagens e sons da Suécia— SOUND + VISION Magazine, FNAC [HOJE, 16 março]<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJNLorfPUCVBr4tDJ54BEnF2NTq9g_te2vUB2ACQkAQf-LHYgubIC8EAl176cZQPk1sFRcZ5WXFDIgFIw1FXw7396CBQW_9BkjofsbjYe6O2vCBpeie8LkIr7bj4jWqdDgVqe6mxN3mw_fk-K0Rj5fqHLZEBf_EBp-8rmp7ollmjk0wLDGBODuLw/s1600/PRINT_A3VERTICAL_SOUND%20+%20VISION%20MAGAZINE%20IMAGENS%20E%20SONS%20DA%20SUE%CC%81CIA_CHIADO.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="4961" data-original-width="3508" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJNLorfPUCVBr4tDJ54BEnF2NTq9g_te2vUB2ACQkAQf-LHYgubIC8EAl176cZQPk1sFRcZ5WXFDIgFIw1FXw7396CBQW_9BkjofsbjYe6O2vCBpeie8LkIr7bj4jWqdDgVqe6mxN3mw_fk-K0Rj5fqHLZEBf_EBp-8rmp7ollmjk0wLDGBODuLw/w283-h400/PRINT_A3VERTICAL_SOUND%20+%20VISION%20MAGAZINE%20IMAGENS%20E%20SONS%20DA%20SUE%CC%81CIA_CHIADO.jpg" width="283" /></a></div><div style="text-align: justify;">Foi há 50 anos que os ABBA venceram o Festival Eurovisão da Canção com <a href="https://www.youtube.com/watch?v=Sj_9CiNkkn4" target="_blank"><span style="color: #990000;"><i>Waterloo</i></span></a>. Regressamos à FNAC para assinalar a efeméride, revisitando memórias musicais e cinematográficas da Suécia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-size: x-small;"><div style="text-align: justify;"><b>* <a href="https://www.fnac.pt/Sound-Vision-Magazine-Imagens-e-Sons-da-Suecia/cp6572/w-4" target="_blank"><span style="color: #990000;">FNAC / Chiado</span></a> (16 março, 17h00).</b></div></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-16807767329783634742024-03-14T11:40:00.001+00:002024-03-14T11:40:00.134+00:00Jacob Anderskov, I Sang<center><iframe style="border: 0; width: 600px; height: 806px;" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=1121653965/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=0687f5/tracklist=false/transparent=true/" seamless><a href="https://jacobanderskov.bandcamp.com/album/i-sang">I sang de Jacob Anderskov</a></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-74471321799121022222024-03-12T16:57:00.001+00:002024-03-14T02:32:13.044+00:00Adam Bałdych e Leszek Możdżer, Passacaglia<center><iframe style="border: 0; width: 600px; height: 806px;" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=897596522/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=0687f5/tracklist=false/transparent=true/" seamless><a href="https://adambaldych.bandcamp.com/album/passacaglia">Passacaglia de Adam Bałdych</a></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-38720113295825282672024-03-07T20:58:00.005+00:002024-03-07T21:05:56.983+00:00António-Pedro Vasconcelos (1939 - 2024)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFzYJDoG_mBvoKAtH0o7NI1U1JT5z4ei81MjZrV6-UmFSx0rdhzPXe7ZKmVMpZOMBPFfIUzG13nMYAptAnc4M-quBvU5-zFWjqJwcQfpW5sYW5CaXXjj0mfkVyErgThc8sMJVG5RIZf6qXzeIekhVIfEY5ug-njnyKR_1EGOqc5hUt_fmEJxblRA/s1600/APV-thumb1.jpeg" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="450" data-original-width="450" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFzYJDoG_mBvoKAtH0o7NI1U1JT5z4ei81MjZrV6-UmFSx0rdhzPXe7ZKmVMpZOMBPFfIUzG13nMYAptAnc4M-quBvU5-zFWjqJwcQfpW5sYW5CaXXjj0mfkVyErgThc8sMJVG5RIZf6qXzeIekhVIfEY5ug-njnyKR_1EGOqc5hUt_fmEJxblRA/w400-h400/APV-thumb1.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: xx-small;">[ <a href="https://www.academiadecinema.pt/carreira-2020/antonio-pedro-vasconcelos/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Academia Portuguesa de Cinema</span></a> ]</span></b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">Figura central do cinema e do jornalismo cinematográfico gerados na época das "novas vagas", António-Pedro Vasconcelos faleceu no dia 5 de março, em Lisboa — contava 84 anos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">Foi uma personalidade marcante de mais de meio século de história do cinema e da cultura portuguesa. Muito activo nos debates sobre as políticas culturais e, em particular, a relação cinema/televisão, deixa um legado que, para lá dos resultados concretos de cada filme, envolve a obstinada observação da sociedade portuguesa, das suas convulsões morais e também das singularidades de personagens mais ou menos solitárias, próximas do conceito clássico de anti-heróis.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">As linhas que se seguem fazem parte de um texto publicado no <i>Diário de Notícias</i> (7 março), intitulado <a href="https://www.dn.pt/5136407557/antonio-pedro-vasconcelos-para-nunca-mais-fazermos-20-anos/" target="_blank"><span style="color: #990000;">'Para nunca mais fazermos 20 anos'</span></a>.</span></b></div><br /><div style="text-align: justify;">De António-Pedro Vasconcelos dir-se-á sempre que foi um criador que nunca desistiu de pensar a possibilidade de um cinema português que conseguisse conciliar a dimensão autoral com algum impacto comercial. Dito de outro modo: a expressão na primeira pessoa, inerente ao imaginário do Cinema Novo a que pertenceu, podia coexistir com a metódica consolidação de uma base industrial alicerçada numa relação estável e feliz com os espectadores.</div><div style="text-align: justify;">Mais de meio século depois de <i>Perdido por Cem</i> (1972), a primeira longa-metragem de APV (sigla carinhosa pela qual era frequentemente identificado), importa não reduzir a multiplicidade do seu trabalho ao desencanto cinéfilo que manifestou em anos recentes — em 2018, na altura em que a Cinemateca lhe dedicou uma retrospectiva integral, dizia mesmo, em declarações ao <i>Observador</i> (entrevista de Bruno Horta, 14 junho), que “o cinema português hoje é irrelevante”. Aliás, esse desencanto encontrou uma expressão contundente, tão sincera quanto discutível, na sua avaliação do trabalho de Jean-Luc Godard: primeiro visto como uma referência incontornável da modernidade, mais tarde condenado como “coveiro” do cinema europeu.</div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3DYBsdgxpnNutB6R9JwPOQph9gxDgW3wKakHoPnydfp6TP7lPo_1oRco8nDwCKuFA4mwes11KewWTNDTsOw_v2r0wgkTCWWSPGHGwPedy5HW3ky0jjbJDzWvfxdHh0EVZZEoCApHVB3WtCfuJP9jFBdBb5xf869u5pQdkU-y3co3x2mB5sC1oCQ/s1600/CEM.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1210" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3DYBsdgxpnNutB6R9JwPOQph9gxDgW3wKakHoPnydfp6TP7lPo_1oRco8nDwCKuFA4mwes11KewWTNDTsOw_v2r0wgkTCWWSPGHGwPedy5HW3ky0jjbJDzWvfxdHh0EVZZEoCApHVB3WtCfuJP9jFBdBb5xf869u5pQdkU-y3co3x2mB5sC1oCQ/w252-h400/CEM.jpg" width="252" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">Sem nunca ter desenvolvido uma obra de “temáticas sociais” (pelo menos no sentido em que, na mesma época, trabalhavam, por exemplo, os herdeiros do neo-realismo no interior da produção de Itália), APV não deixou de assinar filmes que, directa ou simbolicamente, espelham movimentos muito particulares da sociedade portuguesa. Semelhante atitude criativa não pode ser dissociada do gosto e da pertinência com que se exprimiu também na área documental. Recorde-se o exemplo modelar de <i>27 Minutos com Fernando Lopes Graça </i>(1971) e também, logo após <i>Perdido por Cem</i>, a produção televisiva <i>Adeus, Até ao Meu Regresso</i> (1974) construída a partir das “mensagens de Natal” de soldados que combateram na Guerra Colonial — a estreia, na RTP, ocorreu na véspera do Natal de 1974.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para APV, a vontade de internacionalização da produção teria a sua expressão mais relevante na realização daquele que, na altura, foi rotulado como o “mais caro filme português de sempre”: <i>Aqui d’El Rei!</i> (1992), um fresco histórico e, uma vez mais, melodramático sobre os tempos finais da monarquia, reunindo meios, actores e técnicos provenientes de Portugal, Espanha e França. Com uma nuance de concepção, hoje em dia normal, mas na altura pouco frequente: <i>Aqui d’El Rei!</i> foi lançado como longa-metragem de cinema e mini-série de televisão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;"><span style="color: red;">>>></span> APV em Viseu — Tedx Talks (23 jan. 2016).</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<center><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/ROvu33fJ-U8?si=IA5DYunxfGAi_ygb" title="YouTube video player" width="680"></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-38552753710481600152024-03-01T23:29:00.000+00:002024-03-01T23:29:24.244+00:00Torres, opus 6<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxVb0ybAe7bPfuoX9Tuo2kd_d6bM-KCWYEegRezILH-KRbAyEreQJMGn3KQXzdm4tioqG3zOhXZBxqdhPyE1rTOMldST8oIdpzOYNh58CeUN_hc3PA3ggNiWTNSZ5CIrnMY6jEOzYuDpybWYZgeNP7izwsxkQCQiuP_xhxtncKf1AM9D-AQHZ_Cg/s1600/Torres-What-an-Enormous-Room.webp" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxVb0ybAe7bPfuoX9Tuo2kd_d6bM-KCWYEegRezILH-KRbAyEreQJMGn3KQXzdm4tioqG3zOhXZBxqdhPyE1rTOMldST8oIdpzOYNh58CeUN_hc3PA3ggNiWTNSZ5CIrnMY6jEOzYuDpybWYZgeNP7izwsxkQCQiuP_xhxtncKf1AM9D-AQHZ_Cg/w400-h400/Torres-What-an-Enormous-Room.webp" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;">A americana Mackenzie Scott continua a justificar as singularidades do seu nome artístico: <a href="https://torresmusicofficial.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Torres</span></a> aí está com um sexto álbum de originais intitulado <i>What an Enormous Room</i>. É caso para dizer: eis um espaço, realmente enorme, vocacionado para testar os limites, porventura os excessos, de um rock agreste pontuado por uma nostalgia quase romântica — veja-se e ouça-se <i>Collect</i>.</div><br>
<center><iframe width="680" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/GP9kh_F3F54?si=gDfnw-vui-7ECXNc" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen></iframe></center>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-53855679713627190932024-03-01T19:49:00.000+00:002024-03-01T19:49:08.450+00:00We Are the World— memórias épicas de uma canção<div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">Lançada em 1985 para angariar fundos para combater a fome em África, a canção <i>We Are the World</i> foi um verdadeiro fenómeno global. Agora, na Netflix, <i>A Grande Noite da Pop</i> faz o retrato fascinante da sua concepção e gravação.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Imaginemos um filme cujo elenco possa incluir, entre outros, os nomes de Ray Charles, Bob Dylan, Michael Jackson, Cindy Lauper, Lionel Richie, Diana Ross, Paul Simon, Bruce Springsteen, Tina Turner, Stevie Wonder… Em boa verdade, esse filme existe desde 1985 — trata-se do teledisco de <i>We Are the World</i>, canção criada para angariar fundos para combater a fome em África. Agora, através de um notável documentário intitulado <i>A Grande Noite da Pop</i>, disponível na Netflix (título original: <a href="https://www.netflix.com/title/81720500" target="_blank"><i><span style="color: #990000;">The Greatest Night in Pop</span></i></a>), podemos descobrir aquilo que apetece chamar a “versão longa” do teledisco.</div>
<div style="text-align: justify;"><i style="font-style: italic;">A Grande Noite da Pop</i> faz uma revisitação de <i>We Are the World</i> em parte semelhante à proposta que encontramos na série <i>The Beatles - Get Back</i> (Disney+), de Peter Jackson. Tal como Jackson trabalhou a partir dos registos inéditos das gravações do álbum final dos Beatles (<i>Let it Be</i>), também Bao Nguyen, realizador americano de ascendência vietnamita, pôde aceder a uma espantosa colecção de imagens registadas durante a gravação da canção.</div><br />
<center><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="253" src="https://www.youtube.com/embed/MD3oU1gowu4?si=sr6ihlbcHIHbDcLt" title="YouTube video player" width="450"></iframe></center><br /><div style="text-align: justify;">Reconhecemos, claro, as imagens do teledisco, mas as novidades são fascinantes. Há também diversos depoimentos filmados agora, surgindo Lionel Richie como principal narrador: é ele que começa por recordar a origem da canção, primeiro com o impulso decisivo de Harry Belafonte, depois através do envolvimento de Bob Geldof que, no Reino Unido, no Natal de 1984, tinha organizado um projecto humanitário semelhante, dando origem à canção <i>Do They Know It’s Christmas</i>? Seja como for, o essencial são as largas dezenas de minutos (mais de metade do documentário que dura 01h 36m) em que assistimos ao labor de cerca de quatro dezenas de cantores — incluindo o coro que, além de Geldof, integra, por exemplo, Sheila E., Bette Midler e Smokey Robinson — durante uma noite realmente épica.</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6kt_GPwTL7MxevLBVmWoUB2knpnJc7WVOxzPZFmnM7VHE85udnYI828KB9l_iad7MlFg00wmnv6dN_bJX7OZ87nlAmaTx_PCpw3n0hn7bGH7IA21KCxD0shFQPssQUtG5bc0VrrfOZ7f2kchX9mfHOUvxon6zZZpJJBviC_IAdseE9U054NkKhA/s225/weare.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="225" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6kt_GPwTL7MxevLBVmWoUB2knpnJc7WVOxzPZFmnM7VHE85udnYI828KB9l_iad7MlFg00wmnv6dN_bJX7OZ87nlAmaTx_PCpw3n0hn7bGH7IA21KCxD0shFQPssQUtG5bc0VrrfOZ7f2kchX9mfHOUvxon6zZZpJJBviC_IAdseE9U054NkKhA/w200-h200/weare.jpeg" width="200" /></a></div>O título <i>A Grande Noite da Pop</i> é para ser tomado à letra. A partir do momento em que Lionel Richie e Michael Jackson começaram a compor a canção, tendo garantido que a produção estaria a cargo de Quincy Jones (personagem decisiva em toda esta aventura), tratava-se de saber como organizar a logística de uma gravação que, além de outros convidados, iria integrar vários dos participantes nos American Music Awards, a realizar, também em Los Angeles, na mesma noite do dia 28 de janeiro de 1985… e com apresentação de Lionel Richie.</div><div style="text-align: justify;">Deparamos com toda uma colecção de pormenores inesperados ou desconcertantes — desde o mal estar inicial de Bob Dylan perante a altura das notas que Quincy Jones estava a pedir, até ao comportamento errático de Al Jarreau, consumindo mais do que o aconselhável das garrafas que começaram a aparecer no estúdio, passando pelos ruídos na gravação da voz de Cindy Lauper… por causa dos exuberantes colares que usava nessa noite. Em qualquer caso, <i>A Grande Noite da Pop</i> não se esgota numa acumulação de elementos mais ou menos pitorescos, impondo-se como um testemunho exemplar de um <a href="https://usaforafrica.org/" target="_blank"><span style="color: #990000;">trabalho colectivo</span></a> que, escusado será sublinhá-lo, resistiu ao tempo, às modas e às próprias transformações do audiovisual nas décadas que se seguiram.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<center><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/s3wNuru4U0I?si=HKMzExA3Sy6Sa2IN" title="YouTube video player" width="680"></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-61638065640756395502024-02-29T00:10:00.000+00:002024-02-29T00:10:07.955+00:00Jason Moran, From the Dancehall to the Battlefield (2023)<center><iframe style="border: 0; width: 600px; height: 806px;" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=3912472361/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=0687f5/tracklist=false/transparent=true/" seamless><a href="https://jasonmoran.bandcamp.com/album/from-the-dancehall-to-the-battlefield">From the Dancehall to the Battlefield de Jason Moran</a></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-79692759572885243022024-02-26T22:36:00.000+00:002024-02-26T22:36:11.869+00:00San Fermin, opus 5<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1PuvyFaPUg7NSmEDZ33Vl-VhPChO_Ay2o7eO607lXgb1XJPGHOlA1mgHfR_SNtkUWGAi01k-WIodzfh9Jkg02p5txPZupfjOffGF9m4bpekxa0daSjWCTlDAD0IgR5K9VRF2Y54Y4OdDMQoXE-PExQeF0pryAGLK25ytqLubuE_TOrIqBdYmJOg/s1600/San+Fermin+Felix+St+full+band+-+Alex+S+K+Brown.jpeg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="3500" data-original-width="2500" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1PuvyFaPUg7NSmEDZ33Vl-VhPChO_Ay2o7eO607lXgb1XJPGHOlA1mgHfR_SNtkUWGAi01k-WIodzfh9Jkg02p5txPZupfjOffGF9m4bpekxa0daSjWCTlDAD0IgR5K9VRF2Y54Y4OdDMQoXE-PExQeF0pryAGLK25ytqLubuE_TOrIqBdYmJOg/w458-h640/San+Fermin+Felix+St+full+band+-+Alex+S+K+Brown.jpeg" width="458" /></a></div><div style="text-align: justify;">Notícias de <a href="https://www.ellisludwigleone.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Ellis Ludwig-Leone</span></a> (ao centro da foto, sentado)— nascido em 1989, em Brooklyn, discípulo de Nico Muhly, continua a dirigir os magníficos <a href="https://www.sanferminband.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">San Fermin</span></a> (<i>chamber pop</i>, diz a <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/San_Fermin_%28band%29" target="_blank"><span style="color: #990000;">Wikipedia</span></a>, e não há razão para discordar). Aí está o quinto álbum da banda, <i><a href="https://sound--vision.blogspot.com/2024/02/san-fermin-arms-2024.html" target="_blank"><span style="color: #990000;">Arms</span></a></i>, maravilhoso labirinto melódico que não se envergonha de integrar qualquer coisa de primitivo e trovadoresco. Exemplo: <i>Weird Environment</i>, uma quase balada confessional que apela a um contido delírio sinfónico — é também, desde, já, um dos grandes telediscos do ano.</div><div>
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/eP8Uw9CeE4U?si=i840Dlf8lYxqXpGw" title="YouTube video player" width="680"></iframe></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-15949083095888124102024-02-25T19:41:00.000+00:002024-02-25T19:41:00.124+00:00Ambrose Akinmusire, Beauty Is Enough (2023)<center><iframe style="border: 0; width: 600px; height: 806px;" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=1565839680/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=0687f5/tracklist=false/transparent=true/" seamless><a href="https://ambroseakinmusire.bandcamp.com/album/beauty-is-enough">Beauty is Enough de Ambrose Akinmusire</a></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-3814957069890663782024-02-25T17:47:00.000+00:002024-02-25T17:47:00.126+00:00A IMAGEM: William Keo, 2022<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaGUnS0S9e_f7ALUNH4qVO6Rb7ywrtn14ayC95aXV1vlGDFqyuWm0Q5VZggtQZV7_V5aCCW105BUNdyT9bL456p1TV58Dd55p_awBlUYS1pxLhvElV7dpb5e7YqGt-JdrpmjTDoiqhyphenhyphentY_YlwN_LvIPl2VUIp8CfyX6ZDS8ZH7WuNCFsP76yANoQ/s1600/KEW2022010G0619-9312.jpeg" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="960" data-original-width="1200" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaGUnS0S9e_f7ALUNH4qVO6Rb7ywrtn14ayC95aXV1vlGDFqyuWm0Q5VZggtQZV7_V5aCCW105BUNdyT9bL456p1TV58Dd55p_awBlUYS1pxLhvElV7dpb5e7YqGt-JdrpmjTDoiqhyphenhyphentY_YlwN_LvIPl2VUIp8CfyX6ZDS8ZH7WuNCFsP76yANoQ/w640-h512/KEW2022010G0619-9312.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;">WILLIAM KEO / <a href="https://www.magnumphotos.com/arts-culture/suspense-and-joy-in-the-parisian-suburbs-2/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Magnum</span></a><br /> Um espectador do jogo de futebol Marrocos-Argélia para a versão amadora da Taça das Nações Africanas<br />Aulnay-sous-bois, França, 2022.</span></b></td></tr></tbody></table>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-83645867391359996242024-02-25T14:33:00.000+00:002024-02-25T14:33:00.131+00:00Adult Jazz, Dusk Song (2024)<center><iframe style="border: 0; width: 600px; height: 758px;" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/track=2248704576/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=0687f5/tracklist=false/transparent=true/" seamless><a href="https://adultjazz.bandcamp.com/track/dusk-song">Dusk Song de Adult Jazz</a></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-67822018288715048952024-02-24T17:27:00.000+00:002024-02-24T17:27:00.248+00:00A nova mulher de Frankenstein<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg41qPH5nXLY6ZzPj52IQzOSfqBDynqf_-woJwWIo5E3A_l3Vg81t_KhgJzB9sjk4hUG1aKXLhD8jHeoKy6_cEKFnHTtq4zYMLn5oVmvOfSY0cXk6RWffhWN-6eCGqRkgXnDo27E1-LnUiU9HIwH2h5-dWQeM5izE9w0Fh5Tv7N-SyF8HReNoZziA/s1600/POOR_Stone.png" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1045" data-original-width="978" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg41qPH5nXLY6ZzPj52IQzOSfqBDynqf_-woJwWIo5E3A_l3Vg81t_KhgJzB9sjk4hUG1aKXLhD8jHeoKy6_cEKFnHTtq4zYMLn5oVmvOfSY0cXk6RWffhWN-6eCGqRkgXnDo27E1-LnUiU9HIwH2h5-dWQeM5izE9w0Fh5Tv7N-SyF8HReNoZziA/w374-h400/POOR_Stone.png" width="374" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;">
Bella Baxter, aliás, Emma Stone: quais as fronteiras do ser humano?</span></b></td></tr></tbody></table><div><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">Em <i>Pobres Criaturas</i>, o filme de Yorgos Lanthimos que está na corrida dos Oscars, Emma Stone vive uma epopeia capaz de reinventar o clássico <i>Frankenstein</i> para o século XXI. Entre as exuberantes revelações do seu mundo fantástico, há mesmo um fado cantado por Carminho — este texto foi publicado no <i>Diário de Notícias</i> (25 janeiro).</span></b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao longo das últimas décadas, os filmes de super-heróis, com inevitável destaque para os que exibem a chancela da Marvel, foram perdendo a alegria criativa dos seus fundamentos, entregando a imaginação e o imaginário ao labor rotineiro dos departamentos de efeitos especiais. Ora, não se trata de negar o valor figurativo (ou sonoro) de tais efeitos na história dos filmes, em boa verdade desde os pioneiros do cinema mudo. Trata-se, isso sim, de recordar que o fantástico ou a fantasia são no essencial gerados pelo trabalho narrativo, não através da banal ostentação de técnicas mais ou menos sofisticadas. A partir de hoje nas salas, aí está um sugestivo exemplo desse trabalho: <i><a href="https://www.searchlightpictures.com/poor-things/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Pobres Criaturas</span></a></i>, produção internacional (EUA / Reino Unido / Irlanda) realizada pelo grego Yorgos Lanthimos, Leão de Ouro em <a href="https://www.labiennale.org/en/cinema/2023/venezia-80-competition/poor-things" target="_blank"><span style="color: #990000;">Veneza</span></a>, com presença forte na actual temporada de prémios — nos Oscars obteve nada mais nada menos que 11 nomeações, incluindo a de melhor filme.</div><div style="text-align: justify;">Convenhamos que Lanthimos não será um exemplo perfeito de um cineasta capaz de sustentar a coerência de uma narrativa sem ceder a formalismos superficiais que, por vezes, nos afastam da intensidade dramática das histórias que tem para nos contar. Os seus títulos anteriores — da tragédia familiar <i>Canino</i> (2009), ainda realizado na Grécia, ao drama histórico <i>A Favorita</i> (2018) — são sintomáticos disso mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;"><i style="font-style: italic;">Pobres Criaturas</i> consegue, apesar de tudo, superar tais limitações, quanto mais não seja porque tem um magnífico argumento de Tony McNamara, baseado no romance <i style="font-style: italic;">Poor Things</i>, de Alasdair Gray (está nomeado na categoria de melhor argumento adaptado). Dito de outro modo: esta é uma fábula sobre a criação científica de um novo ser, um Frankenstein para o século XXI.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<b><div style="text-align: justify;"><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgprmqEjxW1-Qx6e9IK-NpZp_76zRbC1WLFBATG-dCvQw5Pd_U9sL_bxmU17svBVvaF1pYX8KvicZ7ndDF2k_fDXoegcXzxpPG5-s84Pf09QFGjIand3z03sEDcgSwrwNZ1ECi3nVhI8NtPrN8tIur8e_Zx_1Pu7vKdUIpxsN_9dTg2146HBKEk8Q/s867/THINGS%20POOR.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="867" data-original-width="583" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgprmqEjxW1-Qx6e9IK-NpZp_76zRbC1WLFBATG-dCvQw5Pd_U9sL_bxmU17svBVvaF1pYX8KvicZ7ndDF2k_fDXoegcXzxpPG5-s84Pf09QFGjIand3z03sEDcgSwrwNZ1ECi3nVhI8NtPrN8tIur8e_Zx_1Pu7vKdUIpxsN_9dTg2146HBKEk8Q/w134-h200/THINGS%20POOR.png" width="134" /></a></div>O que é uma personagem?</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A inspiração de <i>Frankenstein</i> (o romance de <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Mary_Shelley" target="_blank"><span style="color: #990000;">Mary Shelley</span></a> publicado em 1818) evolui, aqui, através de uma derivação já experimentada pelo cinema. A saber: o Dr. Frankenstein cria uma mulher. Lembremos, por isso, que James Whale, autor do primeiro <i>Frankenstein</i> (1931) sonoro, dirigiu também <i><a href="https://www.loc.gov/static/programs/national-film-preservation-board/documents/bride_frank.pdf" target="_blank"><span style="color: #990000;">A Noiva de Frankenstein</span></a></i> (1935), sem esquecer que um dos clássicos da Hammer Film britânica se chama <i>Frankenstein Criou uma Mulher</i> (1967) e tem assinatura desse artesão genial que foi <a href="http://www.screenonline.org.uk/people/id/455344/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Terence Fisher</span></a>.</div><div style="text-align: justify;">Talvez que a maneira mais sugestiva de descrever a ambiência surreal de <i>Pobres Criaturas</i> seja através de um sublinhado da palavra “things” do título original. Estamos, de facto, perante a história cruel, mas visceralmente romântica, de uma “coisa” viva, afinal marcada por todas as emoções e comoções do factor humano: é ela Bella Baxter, a personagem interpretada pela prodigiosa Emma Stone, numa composição que já lhe valeu vários prémios — e também, claro, uma nomeação para o Oscar de melhor actriz.</div><div style="text-align: justify;">Depois do suicídio de Bella, há um cientista dedicado às mais variadas “reconversões” dos corpos (humanos e não só…) que a vai devolver à vida. Mas este novo Frankenstein, ilusionista das formas vitais, de nome Godwin Baxter, não se limita a “ressuscitar” Bella, abençoando-a com o seu apelido: através de uma diferença radical na sua gestação cirúrgica (diferença que importa não revelar ao leitor), ela vai protagonizar um novo ciclo vital, não a partir da sua idade real, mas recomeçando na infância…</div><div style="text-align: justify;">Tudo isto acontece em cenários de insólito barroquismo (melhor cenografia é outra das nomeações do filme), tratados em imagens de exuberante cromatismo, incluindo cenas reminiscentes do mais primitivo preto e branco (melhor fotografia, idem aspas). Há mesmo pormenores de saborosa ambivalência simbólica, como é o caso do fado interpretado por <a href="https://www.carminhomusic.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Carminho</span></a> numa Lisboa que parece saída de uma banda desenhada futurista. Para Bella Baxter, esta é a odisseia da sua identidade, desafiando o espectador para uma aventura, tão romântica quanto sarcástica, através do labirinto do próprio conceito de personagem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<b><div style="text-align: justify;"><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnfwvEagoxXPwb4J_FVgwoQduoGk4ZDZBbDjawSJeLR-QDvdo25UXExHFbOTQxnDBM7gjqYvom7l8PY2UBKTmNQW8Dv1wkzQW8f_ffWBMJC_ZHkQc_BWeaBMVKYal_JHsEuRcBtQ7c23UmX-SkKK9zmSo_ig5X3IPtF0eg6b_qwA1ustOWMuC7Xg/s1200/POOR_poster.webp" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="857" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnfwvEagoxXPwb4J_FVgwoQduoGk4ZDZBbDjawSJeLR-QDvdo25UXExHFbOTQxnDBM7gjqYvom7l8PY2UBKTmNQW8Dv1wkzQW8f_ffWBMJC_ZHkQc_BWeaBMVKYal_JHsEuRcBtQ7c23UmX-SkKK9zmSo_ig5X3IPtF0eg6b_qwA1ustOWMuC7Xg/w143-h200/POOR_poster.webp" width="143" /></a></div>O burlesco e mais além</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nas nomeações para o Oscar de melhor actriz, Emma Stone surge na companhia de mais quatro admiráveis intérpretes, incluindo a favorita Lily Gladstone, em <i><a href="https://sound--vision.blogspot.com/2023/10/assassinos-da-lua-das-flores-cor-do.html" target="_blank"><span style="color: #990000;">Assassinos da Lua das Flores</span></a></i>, e a miraculosa Carey Mulligan, em <i><a href="https://sound--vision.blogspot.com/2024/01/bradley-cooper-10-filmes-de-2023-5.html" target="_blank"><span style="color: #990000;">Maestro</span></a></i>. Seja como for, independentemente da escolha dos membros da Academia, o seu trabalho distingue-se por um jogo de contrastes cuja singularidade importa sublinhar.</div><div style="text-align: justify;">Dir-se-ia que ela nos oferece uma antologia da evolução histórica da arte de representar perante uma câmara. Assim, no começo, descobrimo-la como uma variação dos corpos burlescos do tempo do mudo — não exactamente de Charlie Chaplin ou Buster Keaton, mas, antes disso, das atribulações dos filmes de <a href="https://www.youtube.com/watch?v=6Orde7FtHh0" target="_blank"><span style="color: #990000;">Mack Sennett</span></a>. A falta de coordenação dos seus movimentos vai a par de uma aprendizagem da própria linguagem: vemos, assim, a evolução dos gestos humanos como uma iniciação paralela à descoberta das primeiras palavras e, mais do que isso, à possibilidade de com elas construir frases.</div><div style="text-align: justify;">A partir daí, as surpresas serão muitas e fascinantes, incluindo a revelação cândida (entenda-se: desprovida de medo ou culpa) da sexualidade — até porque Bella começará a compreender que, perante a experiência sexual, as palavras podem ser estranhamente insuficientes. Enfim, tudo isto acontecendo como uma épica conquista da consciência, perversamente nascida da mais poética inconsciência.</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-54519457352246781092024-02-24T16:17:00.003+00:002024-02-24T16:17:55.150+00:00San Fermin, Arms (2024)<center><iframe style="border: 0; width: 600px; height: 806px;" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=604090587/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=0687f5/tracklist=false/transparent=true/" seamless><a href="https://sanferminband.bandcamp.com/album/arms">Arms de San Fermin</a></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-67518754154408211862024-02-24T02:12:00.001+00:002024-02-24T02:13:39.170+00:00Mary Timony, Untame the Tiger (2024)<center><iframe style="border: 0; width: 600px; height: 806px;" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=4076432020/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=0687f5/tracklist=false/track=3937176708/transparent=true/" seamless><a href="https://marytimony.bandcamp.com/album/untame-the-tiger-2">Untame the Tiger de Mary Timony</a></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-21729373863715980062024-02-19T11:47:00.004+00:002024-02-19T11:47:51.360+00:00A IMAGEM: Michael Probst, 2024<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><span style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding-bottom: 1em; padding-top: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="1001" data-original-width="1500" height="427" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpINyvx0BhohczrtMbzkOO8D56YMrTOuOEI3KjzIQLgXxKWInTgbQW_AC_2Vg9MDvIgS2QGUppL7Mplwfhur-5Bi9QBah5uGMaEFHlNnQBgaoZARq8R-TCvtE9iSj7BFX5LLTH91OC1U2AaWH-zuXTWZpxXMnlaSYeS_9Ww0nxkhIlbRHYiLyL4g/w640-h427/19navalny-tiktok-01-gcfl-threeByTwoMediumAt2X.webp" width="640" /></span></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;"><a href="https://www.instagram.com/michael_pro/" target="_blank"><span style="color: #990000;">MICHAEL PROBST</span></a><br />Ramos de flores em torno de um retrato de Aleksei A. Navalny<br />— memorial próximo do consulado da Rússia, em Frankfurt, 17 fev.<br /><a href="https://www.nytimes.com/2024/02/19/world/europe/navalny-letters-russia.html" target="_blank"><i><span style="color: #990000;">New York Times</span></i></a></span></b></td></tr></tbody></table>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-4165579726518474942024-02-17T23:39:00.003+00:002024-02-17T23:45:14.348+00:00Manoel de Oliveira, cinema e pintura<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjatQOx2hm1sSmcChvLqHMXjsCr3Nx6FAY5jGizmlodEhlnkk69AKo9yT3qhV2Aj5KzyVWPMWb9REHH1s84GRAfnD-oQ2uulLy1_1C28A9fsEwdNwfr_3qPRVwjcVYryMWl5jv_keiOd29nOQfJ42goNXZQOBEnJW3v-Nye2SRsEHK6tflXVr5oug/s1600/AS%20PINTURAS%20DO%20MEU%20IRMA%CC%83O%20JU%CC%81LIO.jpeg" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="600" data-original-width="900" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjatQOx2hm1sSmcChvLqHMXjsCr3Nx6FAY5jGizmlodEhlnkk69AKo9yT3qhV2Aj5KzyVWPMWb9REHH1s84GRAfnD-oQ2uulLy1_1C28A9fsEwdNwfr_3qPRVwjcVYryMWl5jv_keiOd29nOQfJ42goNXZQOBEnJW3v-Nye2SRsEHK6tflXVr5oug/w400-h267/AS%20PINTURAS%20DO%20MEU%20IRMA%CC%83O%20JU%CC%81LIO.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>As Pinturas do Meu Irmão Júlio</i> (1965)</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Com coordenação de <a href="https://www.instagram.com/isabellopesgomes/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Isabel Lopes Gomes</span></a>, começou hoje, ao fim da tarde, no Auditório da Casa do Cinema <a href="https://www.serralves.pt/locais-atividades-e-ciclos/casa-do-cinema-manoel-de-oliveira-1657192037919/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Manoel de Oliveira</span></a>, na Fundação de Serralves, no Porto, um ciclo dedicado às relações entre cinema e pintura: 'Modos de rever — História(s) da arte no cinema'.</div><div style="text-align: justify;">A sessão inaugural juntou três títulos de Oliveira — <i>O Pintor e a Cidade</i> (1956) [video com os primeiros minutos do filme], <i>As Pinturas do Meu Irmão Júlio</i> (1965) e <i>Painés de S. Vicente de Fora, Visão Poética</i> (2009), —, permitindo compreender como a sua dinâmica criativa nunca foi estranha às matérias e linguagens da pintura, de algum modo "forçando-o" a discutir os poderes e limites do próprio gesto cinematográfico. Complemento útil: a <a href="https://cdn.bndlyr.com/nsa343pdfl/_assets/2402_modosrever_folhasala_17fev_site-2.pdf" target="_blank"><span style="color: #990000;">folha de sala</span></a> da sessão.</div><div style="text-align: justify;">No final da projecção. Isabel Lopes Gomes moderou uma conversa com a historiadora de arte Laura Castro e eu próprio — foram bons momentos de diálogo e (re)descoberta das propostas estéticas e narrativas de Oliveira.</div><div><div style="text-align: justify;">O ciclo integra, entre outros, filmes de João Botelho, Víctor Erice e Jean-Luc Godard, prolongando-se até ao mês de dezembro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<center><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/OZ5FbhlOEWs?si=VxdQrK-1mujW86ll" title="YouTube video player" width="680"></iframe></center></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-52348216475407477592024-02-15T15:12:00.005+00:002024-02-15T15:12:40.596+00:00Rebel, Rebel, 50 anos<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZe19ti5oqNl9cGG6Xe3HB5C1OoiH2poqb8P0OL1IfSuH8o6WnmYebbtTPBwiDdc3oTmf3HTXqKuGqvkkmo4mZo_c6LD9hSRtd9WNYxqPCcd_gixZa1BpGUzTEVIeEIETtEZkRa6J33XWN-MxO106ruFgRfNAs5e-bMGzWvotk0X_ZpHtfR-1_jA/s1600/R_R.jpeg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="320" data-original-width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZe19ti5oqNl9cGG6Xe3HB5C1OoiH2poqb8P0OL1IfSuH8o6WnmYebbtTPBwiDdc3oTmf3HTXqKuGqvkkmo4mZo_c6LD9hSRtd9WNYxqPCcd_gixZa1BpGUzTEVIeEIETtEZkRa6J33XWN-MxO106ruFgRfNAs5e-bMGzWvotk0X_ZpHtfR-1_jA/s1600/R_R.jpeg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;"><i style="font-style: italic;">Rebel, Rebel</i>, um dos temas emblemáticos de <a href="https://www.davidbowie.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">David Bowie</span></a>, surgiu nas lojas no dia 15 de fevereiro de 1974 — faz hoje 50 anos. Era o primeiro single do álbum <i>Diamond Dogs</i>, lançado cerca de três meses mais tarde, a 24 de maio. Eis uma performance da canção, em 2002, no programa de Jools Holland, <i><a href="https://www.bbc.co.uk/music/articles/b76e164f-7a2c-4458-81ac-47724387a4e2" target="_blank"><span style="color: #990000;">Later...</span></a>, </i>na BBC.</div><div style="font-style: italic; text-align: justify;"><br /></div><div>
<center><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/2qdSZ0Ksu1Q?si=pXSwnvzyhmwdVzqM" title="YouTube video player" width="680"></iframe></center></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-79316540347988209112024-02-11T11:25:00.000+00:002024-02-11T11:25:00.144+00:00Philip Glass, ou a solidão do pianista<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr9mADSI7Dz_jKB6Ir6mml009HPSkFYJWvhYEXGugnqkb_oX5UKTRIQjyl2U_TQIpx2JNbqTI1YpC0aYGruKZDzmMsXlF9K98IS00SubVrp8PDmbZxU4tBjMitzfzZN2BAL_VxwDmPYBH5pNU9oKNKFMVt6jY4yOyQKLB1sW1o1mNCdNh9iinZ_g/s1600/GLASSWORKS.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr9mADSI7Dz_jKB6Ir6mml009HPSkFYJWvhYEXGugnqkb_oX5UKTRIQjyl2U_TQIpx2JNbqTI1YpC0aYGruKZDzmMsXlF9K98IS00SubVrp8PDmbZxU4tBjMitzfzZN2BAL_VxwDmPYBH5pNU9oKNKFMVt6jY4yOyQKLB1sW1o1mNCdNh9iinZ_g/w320-h320/GLASSWORKS.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">O gosto pelo piano — da composição à interpretação — levou <a href="https://philipglass.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Philip Glass</span></a> a publicar, em 1988, o álbum <i>Solo Piano</i>. Agora, aos 87 anos (celebrados no dia 31 de janeiro), editou <i><a href="https://sound--vision.blogspot.com/2024/02/philip-glass-solo-2024.html" target="_blank"><span style="color: #990000;">Philip Glass Solo</span></a></i>. Os títulos não carecem de esclarecimentos, prevalecendo o gosto pelas infinitas variações das teclas. Do novo álbum, eis <i>Opening</i>, peça originalmente incluída em <i>Glassworks </i>[capa], datado de 1981.</div><div>
<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/-nBE9U7q1Uc?si=3DYX6ZpOirIHLohK" title="YouTube video player" width="680"></iframe></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-39913909270064565152024-02-11T01:14:00.000+00:002024-02-11T01:14:05.848+00:00A IMAGEM: Sam Whitney, 2024<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-4cwmioD6olnIDTSiiXCyoXU9hhCbcJ-6dWNJWJHG9405RXNGy2pIQHGvtJ7LKwghYUQZ7R_WIlylpOF_jgltGA3zpssjl85wqCrenktEyIyKfOCkphJXGjZVLEklXsTB7tmYb519cjJ1hCmyMlfLZOEjbpJxRtp5pYHVFAbj0LQPfK_JBVm-eA/s1600/10weiner-image-square320.webp" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="320" data-original-width="320" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-4cwmioD6olnIDTSiiXCyoXU9hhCbcJ-6dWNJWJHG9405RXNGy2pIQHGvtJ7LKwghYUQZ7R_WIlylpOF_jgltGA3zpssjl85wqCrenktEyIyKfOCkphJXGjZVLEklXsTB7tmYb519cjJ1hCmyMlfLZOEjbpJxRtp5pYHVFAbj0LQPfK_JBVm-eA/w400-h400/10weiner-image-square320.webp" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;"><a href="https://theaoi.com/wia/sam-whitney-editorial-art-director-the-new-york-times/" target="_blank"><span style="color: #990000;">SAM WHITNEY</span></a> <br />[foto-ilustração do artigo de Jennifer Weiner<br />'Porque é que de repetente tudo acontece por culpa de Taylor Swift?']<br /><i>New York Times</i>, 10 fev. 2024</span></b><br /><br /></td></tr></tbody></table>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-4776219159604348022024-02-10T18:50:00.000+00:002024-02-10T18:50:00.131+00:00A fotografia a fazer cinema<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK_hsKmMgzhxB55yZaiZDMcIEgFkUEcpf2zS_4K7Makr_x7kdvEzakEuoAu5GCXmv6RQ4-BCp-AGSW488Hvjn1U-dsqF4FKg6Pl-hahh3eXCp0DbiezksEM8TkOVegJt7-ExqNklwRjA1oVm8OqtjYv0gQrSVKo4PZqZLrkFr55OvUj6P4DBfWGQ/s1600/exposing-muybridge.jpeg" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="901" data-original-width="1600" height="287" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK_hsKmMgzhxB55yZaiZDMcIEgFkUEcpf2zS_4K7Makr_x7kdvEzakEuoAu5GCXmv6RQ4-BCp-AGSW488Hvjn1U-dsqF4FKg6Pl-hahh3eXCp0DbiezksEM8TkOVegJt7-ExqNklwRjA1oVm8OqtjYv0gQrSVKo4PZqZLrkFr55OvUj6P4DBfWGQ/w640-h360/exposing-muybridge.jpeg" width="510" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;">O cavalo em movimento de Muybridge: como se fosse um filme...</span></b></td></tr></tbody></table><div><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">Disponível na plataforma Filmin, <i>Revelando Muybridge</i> é um exercício exemplar de revisitação e redescoberta da herança do fotógrafo Eadweard Muybridge (1830-1904): com ele, os avanços técnicos foram também revoluções do olhar — este texto foi publicado no <i>Diário de Notícias</i> (24 janeiro).</span></b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">São muitos os filmes disponíveis nas plataformas de streaming que relançam a tradição televisiva dos documentários sobre “artes & letras”, dando-nos a conhecer o trabalho, as proezas, por vezes as revoluções estéticas ou narrativas protagonizadas pelos mais diversos criadores. A maioria fica-se pela convenção informativa, certamente interessante em termos enciclopédicos, mas pouco inventiva no plano cinematográfico. Revelando Muybridge (título original: <a href="https://www.muybridgethemovie.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Exposing Muybridge</span></a>), disponível na <a href="https://www.filmin.pt/filme/revelando-muybridge" target="_blank"><span style="color: #990000;">Filmin</span></a>, é uma bela excepção.</div><div style="text-align: justify;">A história e, mais do que isso, a herança técnica e formal do inglês <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Eadweard_Muybridge" target="_blank"><span style="color: #990000;">Eadweard Muybridge</span></a> (1830-1904) apresenta como capítulo central as célebres fotografias de um cavalo em movimento realizadas em 1878, nos EUA, em Palo Alto, por encomenda de Leland Stanford, ex-governador da Califórnia e apaixonado criador de cavalos. Para Stanford, tratava-se de esclarecer se, durante a corrida, em algum momento, um cavalo teria as quatro patas no ar… Para Muybridge, a experiência representou um desafio às próprias potencialidades do aparelho fotográfico e, em particular, à sua capacidade de dar conta do movimento.</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9g5zK50SyLL2Uj-gcEd6IMkgrLB8Ig9PpxhYYiWvk1lW_LnWoFBDVSqyRRjn-slo9KGWY8nO2ZAz4VUmfPaDgSkJVFy6pEjNBuUbFDv9vq626sW3yXfQnAr1ZH2Adi3ihIBJUX-PeksbcMAn08AoCSF4W__mdjAIKMoRyr68efdYcWHu0ndwTgg/s1516/Muybridge.png" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1516" data-original-width="1014" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9g5zK50SyLL2Uj-gcEd6IMkgrLB8Ig9PpxhYYiWvk1lW_LnWoFBDVSqyRRjn-slo9KGWY8nO2ZAz4VUmfPaDgSkJVFy6pEjNBuUbFDv9vq626sW3yXfQnAr1ZH2Adi3ihIBJUX-PeksbcMAn08AoCSF4W__mdjAIKMoRyr68efdYcWHu0ndwTgg/w134-h200/Muybridge.png" width="134" /></a></div>Distinguido em 2022 nos prémios da <a href="https://www.wga.org/news-events/news/press/2022-writers-guild-awards-winners-announced" target="_blank"><span style="color: #990000;">Writers Guild of America</span></a> (melhor argumento para um documentário), <i>Revelando Muybridge</i> narra, assim, um capítulo fascinante da história dos olhares humanos. Através de uma pedagógica montagem de materiais de arquivo e vários depoimentos, o realizador e argumentista Marc Schaffer mostra como Muybridge soube aplicar a fotografia para lá das tarefas rotineiras de “confirmação” das aparências do mundo à nossa volta. Ou como diz a certa altura Tom Gunning, professor da Universidade de Chicago: Muybridge foi protagonista e mentor de “uma verdadeira revolução”. A saber: “A máquina fotográfica tornava-se mais poderosa do que o olho humano.”</div><div style="text-align: justify;">A viagem que o documentário propõe é tanto mais envolvente quanto os entrevistados pertencem a domínios muito variados, incluindo ainda, entre outros, Marta Braun, professora e curadora especialista em Muybridge, o fotógrafo Mark Klett, a escritora Rebecca Gowers e até o actor Gary Oldman, neste caso enquanto coleccionador de arte.</div><div style="text-align: justify;">Ironicamente, nos primeiros anos do labor de Muybridge, as suas imagens pareciam corresponder a uma lógica de “fotógrafo da natureza”, de algum modo antecipando as obras de mestres americanos como <a href="https://www.edward-weston.com/edwardweston" target="_blank"><span style="color: #990000;">Edward Weston</span></a> (1886-1958) ou <a href="https://www.anseladams.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Ansel Adams</span></a> (1902-1984). Será, em parte, verdade, mas Marc Schaffer consegue a proeza de expor as relações da própria composição da imagens com elementos muito específicos da vida familiar e da personalidade de Muybridge. Sem esquecer que o seu empenhamento no estudo do movimento — incluindo a combinação de fotografias para criar a ilusão desse mesmo movimento — o define também como pioneiro do olhar cinematográfico. Daí o singular didactismo de <i>Revelando Muybridge</i>: nesta época de aceleração das imagens e comportamentos desatentos, sabe bem redescobrir os sinais de quem nunca desistiu do rigor, e também da emoção, que um olhar pode conter e, de alguma maneira, partilhar.</div><br>
<center><iframe width="680" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/dHHNMziv4-g?si=Eew9FZKdli5sJj6w" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-81507813328548720922024-02-10T17:05:00.001+00:002024-02-10T17:05:00.132+00:00Seiji Ozawa (1935 - 2024)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuaWOyvaUuyx1xTOEJlKtubZdmf2bL_iM9NigyPYTgI3lnFUsDadtZS5pToR4MIC2gIbwRE6pU_5PETKjVzOu5DZwwkYaniSSZQmeSCRjjJNvHDpLjHB4AgonRXssVSqJ9PzTLhvK6ty-M0F8uAHZcSHyWC28c3iPS1pMw1e5_Qkpmtl0LHu1jDg/s1600/Seiji%20Ozawa.png" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="681" data-original-width="2016" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuaWOyvaUuyx1xTOEJlKtubZdmf2bL_iM9NigyPYTgI3lnFUsDadtZS5pToR4MIC2gIbwRE6pU_5PETKjVzOu5DZwwkYaniSSZQmeSCRjjJNvHDpLjHB4AgonRXssVSqJ9PzTLhvK6ty-M0F8uAHZcSHyWC28c3iPS1pMw1e5_Qkpmtl0LHu1jDg/w640-h216/Seiji%20Ozawa.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><b>[ <a href="https://ozawa-academy.ch/en/homepage/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Seiji Ozawa International Academy</span></a> ]</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div><div style="text-align: justify;">Figura de eleição no panorama internacional dos maestros, o japonês Seiji Ozawa faleceu no dia 6 de fevereiro em sua casa, em Tóquio, vítima de ataque cardíaco — contava 88 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">Estudou com Herbert von Karajan, em Berlim, tendo sido maestro assistente de Leonard Bernstein, na Filarmónica de Nova Iorque, na primeira metade da década de 60. Em qualquer caso, o capítulo fulcral da sua carreira esté ligado à Sinfónica de Boston, onde permaneceu durante 29 anos (1973-2002). De Vivaldi a Brahms, a sua atenção à pluralidade da história musical coexistiu com o empenho em divulgar os grandes compositores do século XX, incluindo György Ligeti e Olivier Messiaen.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;"><span style="color: red;">>>></span> Tributo do Kennedy Center.</span></b></div></b><br />
<center><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/A8qI8DACZTw?si=ZIWV3rwuhLnSCcNH" title="YouTube video player" width="680"></iframe></center><br /><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">>>> Dirigindo o primeiro andamento da <i>Serenata para Cordas</i>, de Tchaikovsky, em 2011.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<center><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/xim2jzFlGmc?si=_xZ5rIWkVjT17ou7" title="YouTube video player" width="680"></iframe></center><br /><b><span style="font-size: x-small;">
>>> Masterclass na Fundação Louis Vuitton, em 2015.</span></b><br /><br />
<center><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/q-2yoDhqWqA?si=0c3OuT8qSGDrgm2-" title="YouTube video player" width="680"></iframe></center></div><br /><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">>>> Obituário na <a href="https://www.npr.org/sections/deceptivecadence/2024/02/09/329884586/seiji-ozawa-conductor-boston-symphony-orchestra-dies-age-88" target="_blank"><span style="color: #990000;">NPR</span></a>.</span></b></div><b><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">>>> Tributo da <a href="https://www.bso.org/stories/a-tribute-to-seiji-ozawa" target="_blank"><span style="color: #990000;">Boston Symphony Orchestra</span></a>.</span></b></div></b>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-60657517130396664232024-02-10T12:09:00.000+00:002024-02-10T12:09:31.167+00:00* Memórias do cinema francês— SOUND + VISION Magazine, FNAC [HOJE, 10 março]<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizlc0V6et4XnoBLHREBdpmjNWkrm-NvpIBBxlehEwvESXQNB__khERMLkznhz5jDIxI0aQjTlcX6HyQEbNGr-htdfoaXcDrwH2d4A5-myDh4htDKywR0iB02AEHdEWmcrIlDdiYfRNwx8xhyZZAzKLpVaCceru1uwip-bV8IiMLVzreaB76sindQ/s1600/PRINT_A3VERTICAL_SOUND+VISIONMAGAZINE_CHIADO%20%287%29.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="4961" data-original-width="3508" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizlc0V6et4XnoBLHREBdpmjNWkrm-NvpIBBxlehEwvESXQNB__khERMLkznhz5jDIxI0aQjTlcX6HyQEbNGr-htdfoaXcDrwH2d4A5-myDh4htDKywR0iB02AEHdEWmcrIlDdiYfRNwx8xhyZZAzKLpVaCceru1uwip-bV8IiMLVzreaB76sindQ/w453-h640/PRINT_A3VERTICAL_SOUND+VISIONMAGAZINE_CHIADO%20(7).jpg" width="453" /></a></div><div style="text-align: justify;">Tomando como pretexto a próxima reposição de um conjunto de filmes de <a href="https://sound--vision.blogspot.com/2024/01/for-ever-godard-partir-de-22-de.html" target="_blank"><span style="color: #990000;">Jean-Luc Godard</span></a>, estamos de volta à FNAC para revisitar os seus filmes, o seu tempo, as suas músicas — enfim, para reencontrar uma preciosa herança cultural.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">* <a href="https://www.fnac.pt/Sound-Vision-Magazine-Memorias-do-Cinema-Frances/cp6256/w-4" target="_blank"><span style="color: #990000;">FNAC Chiado</span></a> — 10 março, 17h00.</span></b></div></b>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-36355321033277059002024-02-09T23:05:00.003+00:002024-02-09T23:05:25.829+00:00Adult Jazz, Earrings Off! (2016)<center><iframe style="border: 0; width: 600px; height: 806px;" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=2970311786/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=0687f5/tracklist=false/transparent=true/" seamless><a href="https://adultjazz.bandcamp.com/album/earrings-off">Earrings Off! de Adult Jazz</a></iframe></center>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-18571427878394548302024-02-09T01:15:00.002+00:002024-02-09T01:15:20.053+00:00Band on the Run, 50 anos<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv_rd1dxmJqs8LoFUkW02Z2mr-6TPNu8KzCBNow43jzPIF6dr9-o5GXjTVEnlZRsHtEdTb16ErCe_mDucrQZInFSFsfo7eVM43u_RUmjXNnwKwwRfW2Y1gJzCmj2stPtc_rqY1Bdn6Kjyq9bZWuR9-u-0FVNz3R467nG3O45Gm2yPwrNPKYYm1fw/s1600/BAND_02.png" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1368" data-original-width="1367" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv_rd1dxmJqs8LoFUkW02Z2mr-6TPNu8KzCBNow43jzPIF6dr9-o5GXjTVEnlZRsHtEdTb16ErCe_mDucrQZInFSFsfo7eVM43u_RUmjXNnwKwwRfW2Y1gJzCmj2stPtc_rqY1Bdn6Kjyq9bZWuR9-u-0FVNz3R467nG3O45Gm2yPwrNPKYYm1fw/w400-h400/BAND_02.png" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;">Lançado há meio século, mais precisamente a 30 de novembro de 1973, <i>Band on the Run</i> é uma referência fundamental na trajectória de <a href="https://www.paulmccartney.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Paul McCartney</span></a> com os Wings. A capa da edição comemorativa do álbum é feita com retratos de McCartney e duas figuras decisivas na sua vida pessoal e musical: Linda McCartney (1941-1998) e o guitarrista Danny Laine (1944-2023). Recordamos, em versão lyric video, o tema-título — em baixo, a capa original, com assinatura <a href="https://www.allmusic.com/artist/hipgnosis-mn0001717594#biography" target="_blank"><span style="color: #990000;">Hipgnosis</span></a> e um leque de convidados que inclui, entre outros, Michael Parkinson, James Coburn e Christopher Lee.</div><div>
<center><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="382" src="https://www.youtube.com/embed/yDzhrO5K02c?si=55CIe7iAogQniFRm" title="YouTube video player" width="680"></iframe></center>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj69ZBNpHFj9kGk9XgFcRdIZlsw_AJhzCe2D0l68mjSWPQeaQ21nVwg9Fr_66b4TYk1CgEBtq_kieYq2JYqoi1TnVsAsczyDtm4CiFq320ZjOxkN5ox7Jq9FTFQGRwcOX_kUPywLXpJvdv8cU-fDSXSHBVTZyVNUbNc0VB3zHWczzniFo_0WAW_Ug/s1600/BAND_01.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj69ZBNpHFj9kGk9XgFcRdIZlsw_AJhzCe2D0l68mjSWPQeaQ21nVwg9Fr_66b4TYk1CgEBtq_kieYq2JYqoi1TnVsAsczyDtm4CiFq320ZjOxkN5ox7Jq9FTFQGRwcOX_kUPywLXpJvdv8cU-fDSXSHBVTZyVNUbNc0VB3zHWczzniFo_0WAW_Ug/w400-h400/BAND_01.jpg" width="400" /></a></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-16249778.post-85408007631473930832024-02-06T17:59:00.000+00:002024-02-06T17:59:00.135+00:00Jon Batiste — na intimidade da música<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9TlwihA-JKF-KOQHSD5gYaStL5GWODz0K3s2alMiniPYbZIPfa4wIgZpk3NdrIeFWUp12AlMfr5hfHd2EHwEOh_w0eRFYVwXtkYwvJu5nBSklmFlaAK8dSPQsgHTvz30irnkHEL7czBxNY-8cNhQ1gB_H2sSkGTvDBL9F5idYGC36_bSqkydTjQ/s1600/AMERICAN%20SYMPHONY_Jon.jpeg" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1520" data-original-width="2295" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9TlwihA-JKF-KOQHSD5gYaStL5GWODz0K3s2alMiniPYbZIPfa4wIgZpk3NdrIeFWUp12AlMfr5hfHd2EHwEOh_w0eRFYVwXtkYwvJu5nBSklmFlaAK8dSPQsgHTvz30irnkHEL7czBxNY-8cNhQ1gB_H2sSkGTvDBL9F5idYGC36_bSqkydTjQ/w640-h424/AMERICAN%20SYMPHONY_Jon.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;">Jon Batiste em <i>American Symphony</i>: a música nasceu da alegria e do drama </span></b></td></tr></tbody></table>
<div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">Popularizado na televisão pelo programa de Stephen Colbert, <i>The Late Show</i>, Jon Batiste é um pianista e criador musical com uma notável trajectória artística. Graças ao filme<i> American Symphony</i> (Netflix), podemos descobrir o processo fascinante, eufórico e dramático, de gestação da sua composição mais ambiciosa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUv3Al2WbsUPIaO0iInaQi-kBUBBPMRZhP17Cg-kKDGXKITIQBMquvcIG_yV583aosEtnc6emm96IjO9jwSz1qTR6blXW-_v7K_kk1dAegNMCP-D9n3s8n6cMJ_zgm8xuoKO47ex5qi7jhXw5308JDdD78eyfoiUbe_I2zkw4rZgkdy4H0z_LKYw/s420/jon-batiste.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="404" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUv3Al2WbsUPIaO0iInaQi-kBUBBPMRZhP17Cg-kKDGXKITIQBMquvcIG_yV583aosEtnc6emm96IjO9jwSz1qTR6blXW-_v7K_kk1dAegNMCP-D9n3s8n6cMJ_zgm8xuoKO47ex5qi7jhXw5308JDdD78eyfoiUbe_I2zkw4rZgkdy4H0z_LKYw/w193-h200/jon-batiste.jpeg" width="193" /></a></div>Para muitos de nós, espectadores interessados nos “talk shows” que chegam dos EUA (pela televisão, plataformas de streaming ou YouTube), <a href="https://www.jonbatiste.com/#/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Jon Batiste</span></a> começou por ser o pianista, seguro, versátil e comunicativo, do programa de Stephen Colbert, <a href="https://www.youtube.com/channel/UCMtFAi84ehTSYSE9XoHefig" target="_blank"><i><span style="color: #990000;">The Late Show</span></i></a> (CBS). Agora, de acordo com as previsões da imprensa especializada americana, com destaque para a “bíblia” de Hollywood que é a revista <i>Variety</i>, o filme <i>American Symphony</i>, sobre a sua monumental composição com o mesmo título, perfila-se como o candidato mais forte ao Oscar de melhor documentário — as nomeações [foram] conhecidas no <a href="https://press.oscars.org/news/96th-oscarsr-nominations-announced" target="_blank"><span style="color: #990000;">dia 23</span></a> deste mês, estando a cerimónia marcada para 10 de março.</div><div style="text-align: justify;">Em boa verdade, estes dados estão longe de abarcar a espectacular variedade de uma trajectória criativa capaz de acolher, homenagear e reinventar as mais diversas matrizes da música popular “made in USA”. Sem esquecer, claro, que na sua galeria de prémios já existe um Oscar (partilhado com Trent Reznor e Atticus Ross), ganho com a música original de <i>Soul: Uma Aventura com Alma</i>, produção dos estúdios Pixar com assinatura da dupla Pete Docter/Kemp Powers — o filme arrebatou também a estatueta dourada de melhor longa-metragem de animação de 2020.</div><div style="text-align: justify;">Na verdade, 2024 poderá ser um ano de muitas consagrações para Batiste, já que nos Grammys [realizados a 5 de fevereiro] está nomeado para nada mais nada menos que seis prémios, incluindo o de melhor álbum do ano, com <i>World Music Radio</i> [<a href="https://www.grammy.com/news/2024-grammys-red-carpet-interviews-recap-videos" target="_blank"><span style="color: #990000;">não obteve qualquer prémio</span></a>]. Outra das suas nomeações envolve <i>Did You Know That There's a Tunnel Under Ocean Blvd</i>, de Lana Del Rey, também um álbum candidato a melhor do ano; no seu alinhamento encontramos Candy Necklace, canção que conta com a participação de Batiste, por sua vez nomeada para o Grammy de melhor interpretação de um duo ou grupo pop.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<b><div style="text-align: justify;"><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5Q68wp4ONpyqEr0iXaVLEGE0pS0B1PD4vLCnqjFzma5z6N7_reHt2GbfpcRsmccMwcv7_XpuKqsoIl6fqh9pVA5zBDgHVpm7YFGCAW20LuI7_qHwfshgebROl99eD_80ZEXmo3dwFdmVQHAozVA8cWCaxz5P4jVu6Yh4iUP2SUKS5-NjuRQbR3w/s1519/AMERICAN%20SYMPHONY_poster.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1519" data-original-width="1020" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5Q68wp4ONpyqEr0iXaVLEGE0pS0B1PD4vLCnqjFzma5z6N7_reHt2GbfpcRsmccMwcv7_XpuKqsoIl6fqh9pVA5zBDgHVpm7YFGCAW20LuI7_qHwfshgebROl99eD_80ZEXmo3dwFdmVQHAozVA8cWCaxz5P4jVu6Yh4iUP2SUKS5-NjuRQbR3w/w214-h320/AMERICAN%20SYMPHONY_poster.png" width="214" /></a></div>Um desafio dramático</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;"><i style="font-style: italic;">American Symphony</i> está disponível na <a href="https://www.netflix.com/search?q=american%20sym&jbv=81728930" target="_blank"><span style="color: #990000;">Netflix</span></a>. Sejam quais forem as distinções que o documentário possa vir a obter, uma coisa é certa: estamos perante uma invulgar experiência cinematográfica. E escusado será sublinhar o modo como tal experiência se apresenta marcada pela contagiante energia da música, cruzando sinais da formação jazzística de Batiste (sempre presente em <i>The Late Show</i>, com a sua banda <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/The_Late_Show_Band" target="_blank"><span style="color: #990000;">Stay Human</span></a>) com muitas contaminações de elementos provenientes da soul, rhythm and blues ou hip hop.
Matthew Heineman, realizador de <a href="https://www.ourtimeprojects.com/americansymphony" target="_blank"><i><span style="color: #990000;">American Symphony</span></i></a>, quis corresponder a um convite do próprio Batiste no sentido de filmar a gestação da sua sinfonia, desembocando na estreia, a 22 de setembro de 2022, em Nova Iorque, no palco do lendário Carnegie Hall. Seria o prolongamento de uma colaboração concretizada um ano antes, já que o músico tinha composto a banda sonora de <i>The First Wave</i> (2021), documentário de Heineman sobre o impacto do covid no dia a dia de um hospital de Nova Iorque.</div><div style="text-align: justify;">Com o apoio de Barack e Michelle Obama, na condição de produtores executivos, <i>American Symphony</i> rapidamente se pôs em marcha, mas a sua lógica narrativa viria a ser dramaticamente desafiada. Em finais de 2021, num contexto ainda fortemente marcado pela pandemia, <a href="https://www.suleikajaouad.com/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Suleika Jaouad</span></a>, companheira de Batiste, anunciou que tinha sido sujeita a um transplante de medula óssea — era a segunda vez que tal lhe acontecia, já que, desde 2011, Jaouad sofre de uma forma rara de leucemia, tendo dedicado grande parte do seu trabalho jornalístico a temas relacionados com a doença, nomeadamente numa coluna do New York Times, intitulada <a href="https://archive.nytimes.com/www.nytimes.com/interactive/health/life-interrupted.html#" target="_blank"><span style="color: #990000;">“Life, Interrupted”</span></a>.</div><div style="text-align: justify;">O documentário de Heineman é o resultado desse angustiante contraste: por um lado, a intimidade, a urgência e as incertezas de um delicado tratamento clínico; por outro lado, o verdadeiro carrossel de acontecimentos, incidentes, euforias e imprevistos que é a preparação de uma complexa composição musical e da sua performance.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<b><div style="text-align: justify;"><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu2jVfuCtakfP5EYoOfahFDKJVoJCGdciXp4EJKBjlsD6Evtvi1_zD-2rDSsGIKlTaLbFnYLuk4RBJ0QNCzOBzrAtMlKYcYvmtConAA2gfzo1Ucj09Jabq_9p1nHZ9Zn8fi07lJP5M3iKfQjH623YtqH4qLC9T-allXFiAp_KQZlvv60fXF17wcQ/s640/Times%20in%20New%20Orleans.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu2jVfuCtakfP5EYoOfahFDKJVoJCGdciXp4EJKBjlsD6Evtvi1_zD-2rDSsGIKlTaLbFnYLuk4RBJ0QNCzOBzrAtMlKYcYvmtConAA2gfzo1Ucj09Jabq_9p1nHZ9Zn8fi07lJP5M3iKfQjH623YtqH4qLC9T-allXFiAp_KQZlvv60fXF17wcQ/w200-h200/Times%20in%20New%20Orleans.jpeg" width="200" /></a></div>O valor da música</b></div></b><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Talvez possamos definir Jon Batiste como um paradoxo artístico: aos 37 anos de idade (nasceu a 11 de novembro de 1986, na zona de Metairie, na área metropolitana de Nova Orleães), a sua carreira multifacetada faz dele um verdadeiro veterano. E não apenas porque se estreou em palco aos 8 anos, integrando a banda da família (Batiste Brothers Band); afinal de contas, lançou um primeiro álbum, <i>Times in New Orleans</i>, no verão de 2005, ainda antes de completar 19 anos [e usando o nome próprio Jonathan].</div><div style="text-align: justify;">A sua carreira inclui uma longa lista de colaborações com nomes como Prince, Stevie Wonder, Mavis Staples, Willie Nelson, Lenny Kravitz ou a já citada Lana Del Rey. Além do Oscar, o seu trabalho no filme <i>Soul: Uma Aventura com Alma</i> foi distinguido com um Globo de Ouro, um Grammy e um BAFTA. E antes de World Music Radio, <i>We Are</i> (2021) valeu-lhe quatro Grammys, incluindo melhor álbum do ano e melhor teledisco (com a canção <i>Freedom</i>).</div><div style="text-align: justify;">Numa entrevista publicada na <i>Variety</i>, a 31 de agosto de 2023, por altura da estreia absoluta de <i>American Symphony</i> no <a href="https://variety.com/2023/film/news/american-symphony-captures-jon-batiste-and-wife-suleika-jaouad-as-they-navigate-life-1235707384/" target="_blank"><span style="color: #990000;">Festival de Cinema de Telluride</span></a>, no estado do Colorado, Suleika Jaouad resumiu de forma exemplar a aventura emocional do filme: “Hoje em dia, na cultura popular, o facto de encontrarmos tantas narrativas sobre doenças fez-me sentir que o realmente importante não era apenas contar uma história do ponto de vista de alguém que sobreviveu e acabou por encontrar um final feliz. Tratava-se de mostrar em detalhe o que significa, não só estar doente, mas viver como um ser humano que está também a tentar criar coisas novas e viver em comunidade.”</div><div style="text-align: justify;">Jon Batiste reflecte sobre isso mesmo, logo numa das primeiras cenas de <i>American Symphony</i>. Assim, depois de o revermos no programa de Stephen Colbert, descobrimo-lo ao piano, em sua casa, ao mesmo tempo que, em off, a sua voz desmente uma ideia tradicional: “O que adoramos na música não é o facto de soar bem.” Como explicar, então, o nosso fascínio? “O que adoramos na música é o facto de parecer inevitável.”</div>Unknownnoreply@blogger.com