Eterno secundário, soube exprimir-se em todos os registos, do burlesco à tragédia: o actor americano Rip Torn faleceu no dia 9 de Julho em sua casa, em Lakeville, Connecticut — contava 88 anos.
Pertenceu à primeira vaga de talentos do Actors Studio, a par de Marlon Brando, Paul Newman ou James Dean (nasceu a 6 de Fevereiro de 1931, dois dias antes de Dean). E se é verdade que nunca alcançou a celebridade dos seus pares, não é menos verdade que na sua filmografia de quase duas centenas de títulos (incluindo muitas produções televisivas) encontramos momentos de especial riqueza dramática e complexidade de composição, como em Cross Creek/Encontro com a Verdade (1983), de Martin Ritt, filme que lhe valeu a sua única nomeação para um Oscar, precisamente na categoria de actor secundário.
Para as gerações mais novas, ele é, sobretudo, o comandante Zed de MIB - Homens de Negro (1997) e da respectiva sequela lançada cinco anos mais tarde. O certo é que passou por filmes tão significativos como Baby Doll (1956), de Elia Kazan (a sua estreia na produção de Hollywood), Rei dos Reis (1961), de Nicholas Ray, Corações na Penumbra (1962), de Richard Brooks (retomando a personagem da peça de Tennessee Williams que já interpretara em palco), A Noite É Perversa (1966), de Francis Ford Coppola, O Homem Que Veio do Espaço (1976), de Nicolas Roeg, O Informador (1999), de Michael Mann, Wonder Boys - Prodígios (2000), de Curtis Hanson, e Marie Antoinette (2006), de Sofia Coppola (no papel de Luís XV).
Em 2011, colaborou com a banda They Might Be Giants, em Can't Keep Johnny Down — eis o teledisco; em baixo, o trailer de Cross Creek.
>>> Obituário na Vanity Fair.