quarta-feira, julho 10, 2019

Valentina Cortese (1923 - 2019)

Nunca foi uma estrela, mas chegou aos Oscars: a actriz italiana Valentina Cortese faleceu no dia 10 de Julho, em Milão, sua cidade natal — contava 96 anos.
A sua carreira teve um impulso decisivo graças à composição de duas personagens, Fantine e Cosetta, em Os Miseráveis (1948), sob a direcção de Riccardo Freda. A partir dessa altura, um contrato com a 20th Century Fox abriu-lhe as portas de Hollywood, tendo surgido, sempre como impecável secundária, em títulos como A Casa da Colina (1951), de Robert Wise, ou A Condessa Descalça (1954), de Joseph L. Mankiewicz. Em todo o caso, nunca cortou os laços com a produção europeia. Entre os momentos mais importantes da sua trajectória encontramos As Amigas (1955), de Michelangelo Antonioni, Julieta dos Espíritos (1965), de Federico Fellini, S. Francisco de Assis (1972), de Franco Zeffirelli, O Assassinato de Trotsky (1972), de Joseph Losey, e A Noite Americana (1973), de François Truffaut — este último valeu-lhe uma nomeação para o Oscar de melhor actriz secundária. Participou ainda, por exemplo, no filme-catástrofe O Dia em Que o Mundo Acabou (1980), de James Goldstone, e A Fantástica Aventura do Barão (1988), um dos títulos mais consistentes da filmografia de Terry Gilliam. Depois de Storia di una Capinera (1993), de novo com Zeffirelli, decidiu terminar a carreira.

>>> Cena de A Noite Americana.


>>> Obituário na RAI.