Convenhamos que o romantismo hesitante, suave e previsível, de JP Saxe não será a última maravilha que o mercado da música pop tem, neste momento, para nos oferecer. Em todo o caso, não simplifiquemos ainda mais: o seu teledisco da versão acústica de Changed (realizado por Ellis Bahl) é um objecto de cândida sedução. Como? Há nele um "modo" de telemóvel que adquire a inesperada dimensão de um grave intimismo. Afinal, é possível usar este modelo de imagem para além da agitação gratuita que a sua aplicação adquiriu no espaço televisivo, consagrando a ideologia mediática de uma patética objectividade. O telemóvel como instrumento pudico? Porque não?