quarta-feira, setembro 13, 2017

Peter Hall (1930 - 2017)

[FOTO: Martin Pope / The Telegraph]
Figura tutelar das últimas seis décadas do teatro britânico, Peter Hall faleceu em Londres, no dia 11 de Setembro — contava 86 anos.
A criação da Royal Shakespeare Company no começo da década de 60 e a direcção do National Theatre (1973-1988) bastariam para conferir a Hall um lugar único na história moderna do teatro, e tanto mais quanto toda a sua actividade foi no sentido de preservar um importante apoio público à actividade teatral, em particular, e ao domínio artístico, em geral. Para além disso, o seu historial como encenador é impressionante, incluindo a estreia mundial em língua inglesa de À Espera de Godot, de Samuel Beckett (em 1955, no Arts Theatre), e múltiplas abordagens de textos de Shakespeare, Tennessee Williams, Harold Pinter, Edward Albee, Jean Anouilh, etc., etc.
A ópera, o cinema e a televisão fazem também parte do seu currículo. Entre os seus filmes, para além de várias adaptações de Shakespeare, encontramos Three into Two Won't Go (1969), um drama pleno de sarcasmo capaz de expor as ambiguidades emocionais e morais dos usos e costumes da época — com Rod Steiger, Claire Bloom e Judy Geeson, foi lançado entre nós como A Rapariga do Auto-Stop [genérico de abertura].
Hall escreveu vários livros, incluindo a auto-biografia Making An Exhibition of Myself (2000) e ainda The Necessary Theatre (1990), Exposed by the Mask (2000) e Shakespeare's Advice to the Players (2003). Foi director artístico do Glyndebourne Festival Opera (1984–1990); em 1998, formou a Peter Hall Company. Twelfth Night, de Shakespeare, em 2011, no National Theatre, ficou como a sua derradeira encenação.


>>> Obituário no jornal The Guardian.
>>> Memória de Peter Hall no site da Royal Shakespeare Company.