domingo, novembro 06, 2016

Clinton/Trump, masculino/feminino

"Hillary Clinton é uma candidata presidencial que acontece ser uma mulher. Donald Trump é um homem para quem a presidência corresponde à derradeira validação da sua virilidade" — palavras concisas e contundentes de Charlotte Alter num video da revista Time [reproduzido aqui em baixo]. Em cerca de de 3 minutos, eis um exemplar resumo da guerra masculino/feminino que contaminou de forma drástica, e profundamente reveladora, a campanha eleitoral para a Presidência dos EUA.


Na derradeira edição antes da decisão do dia 8, a Time faz uma capa de gélida ironia, em que o factual se cruza com o trágico, proclamando que "o fim está próximo". Num brilhante artigo, intitulado 'Como a eleição de 2016 se tornou uma batalha dos sexos', Alter faz o balanço desse confronto de géneros, suas batalhas e equívocos, máscaras e revelações. Afinal de contas, esta é uma decisão que irá "moldar o que as mulheres são capazes de concretizar e aquilo com que os homens se conseguem safar na América do século XXI".
Podemos mesmo recuperar o sentido mais fundo, não seguidista ou panfletário, mas existencial e político, de uma máxima que o mundo moderno inscreveu nos nossos destinos: somos todos americanos.