domingo, janeiro 10, 2016

Michel Delpech (1946 - 2016)

FOTO: Atypical 60
Cantor de charme, sereno retratista das transformações sociais e afectivas, o francês Michel Delpech faleceu no dia 2 de Janeiro, em Puteaux, vitimado por cancro — contava 69 anos.
Herdeiro de Bécaud e Aznavour, Delpech impôs-se ao longo da década de 60 como uma síntese do património clássico da canção francesa e das convulsões musicais e culturais da sua juventude. Os seus primeiros três álbuns — Inventaire 66 (1966), Il y a des jours où on ferait mieux de rester au lit (1969) e Album (1970) — definem o romantismo pop que, em última instância, até final, será a sua imagem de marca. Alguns dos seus maiores sucessos ficaram ligados a referências específicas do universo musical: é o caso de Wight is Wight (1969), evocando os festivais de música na ilha de Wight, e Et Paul chantait Yesterday (1970), homenageando os Beatles; noutros casos, como Les Divorcés (1973) ou Le Loir-et-Cher (1977), as canções integram memórias da sua vida pessoal, familiar e conjugal.
Com algumas breves passagens pelo cinema, Delpech teve o seu papel mais importante em Os Bem-Amados (2011), de Christophe Honoré. Atingido por um cancro na língua e na garganta, reflectiu a sua condição na canção La Fin du Chemin (2013) e também no livro autobiográfico J'ai Osé Dieu (2013).

>>> Três registos de Michel Delpech: Wight is Wight, Le Loir-et-Cher e a canção de despedida La Fin du Chemin.






>>> Obituário na revista L'Express.
>>> Site oficial de Michel Delpech.