quarta-feira, dezembro 04, 2013

Os melhores 10 filmes de ficção-científica
(5º e 6º)

Continuamos a apresentar uma lista dos dez melhores filmes de ficção científica que ao longo desta semana revelamos no Sound + Vision. Hoje apresentamos os filmes que surgem em quinto e sexto lugar.


5. A Guerra da Estrelas
de George Lucas (1977)

Na história da ficção-científica há um antes e um depois de Star Wars. Não pela dimensão colossal da produção, que já antes (e sobretudo com o 2001: Odisseia no Espaço de Kubrick). Mas pela forma como, desde o início, George Lucas pensou todas as implicações e extensões deste universo aos mais variados produtos e herdeiros, criando assim um novo modelo que desde então ganhou expressão noutros espaços e que garantiu ao universo Star Wars um estatuto não apenas de culto mas de impressionante fenómeno mainstream de dimensão global. O projeto inicial perevia desde logo a possibilidade de projeção de uma narrativa num arco de mais de um filme. Cruzavam-se aqui ecos de velhas narrativas de batalhas, uma dose de misticismo e lendas e uma acção que abarca vários planetas, povos, naves e estações espaciais numa visão em grande escala, definindo o paradigma de referência da space opera.

Primeira parte de uma trilogia original – que teria continuidade direta nos filmes O Império Contra-Ataca (1981) e O Regresso de Jedi (1983) – A Guerra das Estrelas (título local para Star Wars) leva-nos para uma história que ocorreu “há muito tempo, numa galáxia distante”. Apresenta-nos ingredientes clássicos na forma de um herói Luke Skywalker (Mark Hammil), o mentor Obi Wan Kebobi (Alec Guiness), o companheiro de luta Han Solo (Harrisson Ford), a princesa Leia (Carris Fischer) e o vilão Dath Vader (David Prowse, com voz de James Earl Jones). E junta os robots C3P0 e R2D2, figuras que marcarão toda a vida da saga no grande ecrã. A história, em traços largos, revela uma conspiração rebelde contra uma tirania galática, podendo a descoberta dos planos de uma estação espacial gigantesca abrir espaço para um combate na mais clássico modelo David contra Golias.

Com música de John Williams e um trabalho cuidado na criação dos efeitos visuais, Star Wars gerou um fenómeno maior de bilheteira logo em 1977 e abriu espaço a uma focagem de interesse da indústria cinematográfica pelos terrenos da ficção-científica e, em particular, a space opera. Mais de três décadas depois o universo Star Wars é ainda um corpo vivo e vibrante. Não só gerou seis filmes e uma longa-metragem de animação, como séries de animação para televisão, um sem fim de vídeojogos e livros. Em 2015 o mundo Star Wars conhecerá continuidade no grande ecrã com um sétimo episódio, a ser realizado por J.J. Abrams.


6. O Dia em Que a Terra Parou
de Robert Wise (1951)

Num tempo em que as histórias que surgiam nas pulp magazines tinham habituado uma nova geração de aficionados da ficção-científica a ler sobre visitantes de outros mundos que aqui chegavam não pelas melhores intenções, e o cinema se preparava para uma era de igual expressão de aventuras com invasores em produções de baixo orçamento que surgiram em quantidade durante as décadas de 50 e 60, uma história diferente, com uma visita também ela diferente gerou um episódio maior na história desta cinematografia. Com ponto de partida no conto Farewell To The Master (1940), de Harry Bates, O Dia em Que A Terra Parou (no original The Day The Earth Stood Still) chegou ao grande ecrã pelas mãos de Robert Wise, o mesmo autor de filmes como West Side Story (1961) ou Música no Coração (1965), mais tarde, o responsável pela realização da primeira expressão do universo Star Trek no cinema, com Star Trek: The Motion Picture (1979) e Presidente da Academy of Motion Pictures Arts and Sciences entre 1984 e 87.

O filme coloca-nos na capital norte-americana, que recebe a visita de um disco voador que aterra não muito longe da Casa Branca. Da nave emerge Klaatu, um alienígena de aparência humana que é contudo ferido por uma bala de um soldado “nervoso”... Em resposta, o robot Gort liquida os militares presentes. Ferido, aprisionado, e tratado num hospital, Klaatu diz trazer uma mensagem urgente. Mas escapa da zona vigiada e, procurando diluir-se entre a população, encontra um quarto numa casa de hóspedes. Entre um caso romântico que emerge e uma perseguição que se intensifica, a presença de Gort volta a fazer-se notar, acabando por ser apresentado como uma nova estirpe de robots destinados a combater a violência. Na verdade, Klaatu chegara à Terra com uma mensagem pacifista, avisando-nos sobre as consequências de uma eventual tentativa da humanidade levar para o espaço a conduta agressiva e violenta que conduz a sua vida na Terra.

A mensagem pacifista e a visita de paz de Klaatu e Gort fez deste filme um pólo de diferença entre tantas aventuras com invasores espaciais que fizeram a história do cinema de ficção-científica de meados do século. Tornado um ícone, o filme não só é um dos espaços mais citados no Marte Ataca! de Tim Burton, como gerou mesmo um remake (claramente menor) em 2008. A banda sonora foi assinada por Bernard Herrmann.

Recorde aqui os outros filmes nesta lista:
7º e 8º
9º e 10º