domingo, abril 21, 2013

Holanda, século XX

Uma oportunidade para (re)descobrir o compositor holandês Hendrik Andriessen (1892-1981) chega com o primeiro volume de uma série de gravações da sua obra orquestral que a CPO começa agora a editar. Pai dos compositores Jurriaan e Luis Andriessen (a obra deste segundo tendo a dada altura representado determinante exprtessão da assimilação em solo europeu dos ecos do minimalismo norte-americano), Hendrik Andriessen foi uma figura de protagonismo maior na música holandesa do século XX (silenciado durante a ocupação alemã), tendo assinado quatro sinfonias, duas óperas, várias obras de música coral e ganho notoriedade no trabalho para órgão (e no espaço da música litúrgica em geral). Com novas gravações assinadas pela Orquestra Sinfónica Holandesa, sob direção de David Porcelijn, este primeiro volume de obras orquestrais de Hendrik Andriessen junta a sua Sinfonia Nº 1 (que data de 1930) a uma suite para bailado, um estudo sinfónico e Variações e Fuga sobre um tema de Johann Kuhnau (1935). Entre este corpo de obras revela-se uma música que não procurava as demandas (então em construção) de um modernismo com sede vienense, optando antes por procurar uma voz para a orquestra entre ecos do romantismo (como na Finlândia de então o fizera o já veterano Sibelius). Note-se que, comparativamente às obras de tantos outros compositores, é algo tardia a primeira abordagem de Andriessen à sinfonia, a obra que este disco nos mostra revelando contudo uma personalidade que, mesmo procurando ali como expressar a sua personalidade, estava já bem ciente dos princípios pelos quais se regeria.