HUMAN NATURE (1995) |
GIVE ME ALL YOUR LUVIN' (2012) |
Mãos. Muitas mãos. Sobretudo masculinas. Mas de algum modo neutralizadas no seu género pelas luvas mais ou menos abstractas. Em Human Nature, sob a direcção de Jean-Baptiste Mondino, Madonna surgia como personagem aprisionada numa geometria austera, partilhada com outras "vítimas"; agora, em Give Me All Your Luvin', é objecto do mesmo tipo de adulação por parte de um grupo de jogadores de futebol americano. Em boa verdade, nada disto pode ser separado de uma calculada ironia: no primeiro caso, Madonna transfigurava-se em carrasco e acabava a "chicotear" o seu... chihuahua (nome para a história: Chiquita); agora, vêmo-la como totem paradoxal — troféu e rainha — do grupo que, no fundo, se submete à sua metódica coreografia. Como diriam Jean-Claude Brialy e Anna Karina, filmados por Godard:
— Parce que, Angela, tu es infâme !
— Moi, je ne suis pas infâme!... Je suis une femme ».
— Parce que, Angela, tu es infâme !
— Moi, je ne suis pas infâme!... Je suis une femme ».
in Une Femme Est une Femme (1961)