J. L.: Comecemos pelo princípio. E no princípio era o verbo. Percorremos a letra de Give Me All Your Luvin' e percebemos que, para além das aparências, passados os 50 anos, hélas!, não há espaço para brincadeiras fúteis. Desde logo porque Madonna avisa a população contra a pacatez circundante ("todos os discos soam ao mesmo"), propondo a óbvia alternativa ("tens de entrar no meu mundo"). Que mundo é esse? Pois bem, aquele em que ela se duplica, esclarecendo-nos que nos enganamos sempre porque nenhuma imagem é fixa, muito menos definitiva.
Em boa verdade, acontece assim desde 1985, quando ela se encarnou em Material Girl, sobrevivendo para além da ressurreição da imagem de Marilyn. Os seus telediscos são sempre jogos de espelhos, a ponto de ela se atrever a duplicar-se enquanto personagem morta (cf. Bad Girl, obra-prima de 1992 realizada pelo Sr. David Fincher, outro que conhece todos os regimes de duplicação da verdade, ou da verdade como duplicação).
Enfim, Madonna dá-se ao luxo (e o luxo, entenda-se, é uma prerrogativa, mais ética que estética, que poucos sabem merecer) de citar a sua história mais primitiva, retomando um verso de 1984, de Lucky Star, you must be my lucky star, para o transfigurar em you can be my lucky star. A personagem imperativa (you must) renasce, assim, como agente agregadora (you can) — envelhecer em regime de crescente tolerância com os mortais é uma intocável prerrogativa das Rainhas.
Em boa verdade, acontece assim desde 1985, quando ela se encarnou em Material Girl, sobrevivendo para além da ressurreição da imagem de Marilyn. Os seus telediscos são sempre jogos de espelhos, a ponto de ela se atrever a duplicar-se enquanto personagem morta (cf. Bad Girl, obra-prima de 1992 realizada pelo Sr. David Fincher, outro que conhece todos os regimes de duplicação da verdade, ou da verdade como duplicação).
Enfim, Madonna dá-se ao luxo (e o luxo, entenda-se, é uma prerrogativa, mais ética que estética, que poucos sabem merecer) de citar a sua história mais primitiva, retomando um verso de 1984, de Lucky Star, you must be my lucky star, para o transfigurar em you can be my lucky star. A personagem imperativa (you must) renasce, assim, como agente agregadora (you can) — envelhecer em regime de crescente tolerância com os mortais é uma intocável prerrogativa das Rainhas.
L-U-V Madonna
Y-O-U You wanna
I see you coming and I don't wanna know your name
L-U-V Madonna
I see you coming and you're gonna have to change the game Y-O-U You wanna
Would you like to try?
Give me a reason why
Give me all that you got
Maybe you'll do fine
As long as you don't lie to me
And pretend to be what you're not
[Chorus]
Don't play the stupid game
Cause I'm a different kind of girl
Every record sounds the same
You've got to step into my world
Give me all your love and give me your love
Give me all your love today
Give me all your love and give me your love
Let's forget about time
And dance our lives away
[Madonna]
L-U-V Madonna
Y-O-U You wanna
Keep trying don't give up, it's if you want it bad enough
L-U-V Madonna
It's right in front of you, now tell me what you're thinking of Y-O-U You wanna
In another place, at a different time
You can be my lucky star
We can drink some wine
Burgundy is fine
Let's drink the bottle every drop
[Chorus]
Don't play the stupid game
Cause I'm a different kind of girl
Every record sounds the same
You've got to step into my world
Give me all your love and give me your love
Give me all your love today
Give me all your love and give me your love
Let's forget about time
And dance our lives away
[Bridge]
You have all the L-U-V
I gave you everything you need
Now it's up to Y-O-U
Are you the one, shall we proceed?
M-A-D Don't make me
L-U-V It's time for
Y-O-U It's up to
L-U-V I want your
[Chorus]
Don't play the stupid game
Cause I'm a different kind of girl
Every record sounds the same
You've got to step into my world
Give me all your love and give me your love
Give me all your love today
Give me all your love and give me your love
Let's forget about time
And dance our lives away!