quinta-feira, janeiro 05, 2012

Os melhores discos de 2011
por Daniel Skramesto


Em tempo de revisão do que aconteceu ao longo de 2011 hoje escutamos o melhor do ano segundo Daniel Skramesto, autor do blogue Actas do Pequeno Almoço. Um obrigado ao Daniel pela colaboração.

Para o meu top de albuns escolhi aqueles que de facto fazem mais sentido enquanto conjunto de canções, os que se podem ouvir do principio ao fim sem saltar nenhuma faixa. 2011 foi um ano com uma excelente colheita musical. Talvez não tanto um ano de grandes álbuns mas a minha playlist "reduzida" de 2011 tem 462 canções!

1. Kate Bush - "50 words for snow"
Um regresso inesperado que ultrapassou todas as expectativas. Clássico instantâneo.

2. Loney Dear - "Hall Music"
Depois de uma mão cheia de albuns cheios de boas ideias, o homem-banda Emil Svanängen conseguiu finalmente criar uma peça de extrema coerência alicerçada numa linguagem muito pessoal. Emocionante, introspectivo e épico. "Largo" é a minha canção do ano. Tive também o privilégio de o ver ao vivo num daqueles concertos que nos revelam toda a mestria de um músico. Aplaudi de pé.

3. Destroyer - "Kapput"
Quando "Bay of pigs" apareceu como single em 2008 tinha aparência de OVNI. "Kapput" veio pôr essa canção em perspectiva e recomenda-se vivamente a versão em vinyl deste álbum cujo lado três faz a ponte entre "bay of pigs" e o restante conjunto de canções. Talvez seja um desconcertante passo ao lado na carreira de Destroyer mas depois disto, estamos todos dispostos a segui-lo para onde quer que vá.

4. Ane Brun - "It all starts with one"
ok, reconsiderando, este é que é o disco mais inesperado do ano. Eu sempre tinha tido a Ane Brun numa prateleira de "Country para meninas" (a voz assemelhada à Dolly Parton ajudava à classificação) mas este disco levou-a para um sítio que é só dela. Boas canções apoiadas por impressionantes percursões e uma produção impecável tornaram este um dos discos inconformáveis de 2011. Ajudou tê-la visto no que foi o melhor concerto que vi este ano. Dois bateristas numa canção como "These days" foi épico. E na primeira parte descobriu-se o potencial a solo da violoncelista Linnea Olsson, nome a ter em atenção em 2012 quando lançar o seu primeiro álbum.

5. The Antlers - "Burst apart"
Talvez seja este o disco que muita gente gostava que os Radiohead fizessem… bom do princípio ao fim.

6. Other Lives - "Tamer animals"
O primeiro álbum desta banda passou completamente despercebido em 2009 e embora fosse bonito qb não tinha o o lado mais escuro que fez de "Tamer animals" um dos discos mais viciantes do ano.

7. Wild Beasts - "Smother"
Chamem-me parvo, mas só quando os vi em concerto a semana passada é que me apercebi que os Wild Beasts têm dois vocalistas. Excelente concerto e excelente disco que já mereceria estar nesta lista só por causa da última canção "End comes too soon", mas é muito mais do que isso. São canções simples, talvez algo monótonas a uma primeira audição, mas cheias de pormenores e alma e que se vão entranhando até fazerem parte de nós.

8. My Morning Jacket - "Circuital"
Os primeiros segundos deste discos são desarmantes. Aqui está uma banda que se está a divertir com o que faz. Grandes canções e grande diversão com momento maior em "Holdin on to black metal"

9. Gang Gang Dance - "eye contact"
Da minha lista este é o disco mais difícil de "engolir" mas provavelmente o que mais recompensa repetidas audições.

10. GusGus - "arabian horse"
Este não merece um décimo lugar, mas é a minha maneira de agradecer aos GusGus por me terem consecutivamente salvo de extremo tédio no ginásio ao longo do ano.

Apostas para 2012:
Lana Del Rey - "Video Games"
Eu e mais uns quantos milhões descobrimo-la na internet, num dos vídeos/canção mais entusiasmantes dos últimos tempos. Há-de ser um dos melhores discos de 2012.

Diamond Rings - "Special affections" Descobri este rapazito canadiano quando fez a primeira parte do concerto de Junior Boys. Embora parecesse estar a actuar na sala para a família tinha "qualquer coisa" que talvez seja verdadeiro talento. Quando crescer vai ser alguém.

Mary Ocher - "war songs"
Talvez tenha uma voz um pouco irritante. Talvez o estilo Anne Clark esteja fora de moda mas canções como "on the streets of hard labor" e "trampoline" soam a frescas e importantes. E os seus vídeos são visualmente mais ousados do que os de uma Lady Gaga.